Correio de Carajás

Multidão abraça os heróis do Azulão em festa dupla

Na saída do Aeroporto, jogadores vibram com torcedores a conquista do tão sonhado título de campeão paraense. Fotos: Jeferson Lima e Ulisses Pompeu

Eram pouco mais de duas horas da tarde deste sábado, 27, quando o elenco campeão do Águia desembarcou no aeroporto em Marabá e a festa foi imensa, com milhares de pessoas aguardavam ansiosos toda a equipe, na ânsia de poder, de alguma forma, agradecê-los pelo maior título da história do clube.

O primeiro a entrar no saguão de desembarque foi o capitão Betão, autor do gol mais bonito da competição, que carregava nos braços a taça do Campeonato Paraense, que pela primeira vez veio para o solo marabaense.

Um dos mais tietados pela torcida era Balão Marabá, o jogador filho da cidade foi um dos mais decisivos dessa caminhada vitoriosa, marcando 3 gols e dando 4 assistências. Balão agradeceu o apoio da torcida e também da família, que estavam todos com bandeiras e balões com o nome do atleta e não foi fácil uma foto com o craque, pois o número de torcedores querendo um registro do campeão era grande.

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Outros que também eram muito procurados são Alan Maia e o goleiro Axel Lopes. Alan carrega carisma e atrai o carinho da ‘geral’. Axel foi um muro nesse campeonato, ajudando bastante na conquista do título, inclusive defendendo um pênalti que foi definitivo nas cobranças finais.

Aos gritos de ‘mister’, o melhor treinador da competição, Mathaus Sodré, atendeu a todos e demonstrava muita emoção, pois logo no primeiro clube que treinou conseguiu se tornar ídolo e escrever o principal capítulo da história do clube como profissional.

Após atender os torcedores, o time subiu no caminhão do Corpo de Bombeiros, sob sol muito forte. A peregrinação passou pelas principais ruas do núcleo Cidade Nova, com comboio formado por centenas de veículos que serpenteavam as ruas da cidade, fazendo um buzinaço ensurdecedor para comemorar a conquista.

A carreata da vitória estava programada para acabar na orla da cidade, mas terminou antes da metade do percurso, em função do cansaço dos jogadores e do sol causticante. Os atletas se dirigiram à sede do clube ou para suas residências para continuar a comemoração entre os familiares.

Por onde o caminhão do Corpo de Bombeiros passava, a torcida aplaudia

A festa teve continuidade durante a noite, num palco montado na praça São Félix de Valois, na orla do Rio Tocantins. O show contou com cantores regionais e a presença dos jogadores, do troféu e de mais de cinco mil pessoas na terceira comemoração do título em 24 horas (a primeira foi na noite anterior, no mesmo local).

Na Praça São Félix, jogadores e diretoria comemoram com a torcida em noite histórica

Nesta segunda-feira, 29, o time marabaense já tem jogo pela Série D contra o São Franscisco, do Acre. A Reportagem do CORREIO levantou que a pretensão da comissão técnica é colocar em campo um time misto para descansar quem teve mais minutos em jogo nas últimas três partidas.

No palco da noite, enquanto o troféu era apresentado, o presidente do Águia, Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha, pegou o microfone e agradeceu a dedicação da torcida marabaense, que esperou 23 anos pelo título estadual. Nesta temporada, ressaltou, a torcida deu um show de manifestação, assim como nas finais da competição.

Ele citou a coragem dos 300 torcedores que foram ao Baenão assistir ao último jogo, apesar das supostas ameaças que aconteceram na véspera. “Cobraram ingresso cinco vezes mais caro para nossos torcedores naquele estádio, mas mesmo assim a torcida viajou e compareceu e cumpriu seu papel para apoiar o time”, agradeceu.

Ferreirinha lamentou, ainda, a necessidade que a diretoria do Águia de Marabá teve de contratar árbitro Fifa durante quatro vezes na competição para garantir a lisura da arbitragem, deixando a entender que ocasionalmente os times do interior são prejudicados me confrontos com os dois grandes da Capital (Remo e Paysandu).

ALFINETADA MUSICAL

Por falar em prejudicada, o cantor Júnior Ceceu, quando esteve no palco cantando para a galera, mais cedo, fez uma crítica ácida ao fato de o Remo ter passado o jogo da final do estádio Mangueirão para o Baenão. Junto com a torcida presente na Praça São Félix, ele entoou: “Ão, Ão, Ão, tirou do Mangueirão pra perder no Baenão”.

(Márcio Aquino e Ulisses Pompeu)