Correio de Carajás

Mulher relata descaso no HMI; bebê nasceu prematuro e morreu

Além disso, ela afirma que o médico que lhe atendeu não consta no quadro de funcionários da casa de saúde

Keylliane afirma que o médico não fez o mínimo, que era examiná-la

Infelizmente mais uma mulher é vítima do descaso e da falta de comprometimento de alguns profissionais do Hospital Materno Infantil de Marabá. Grávida de sete meses, Keylliane Silva de Carvalho, 25 anos, afirma que perdeu o bebê – que nasceu prematuro – por conta da falta de atendimento.

Ela relata que foi duas vezes, nos dias 2 e 3 de agosto, ao Materno por conta do sangramento e das fortes dores que estava sentindo. Contudo, nas duas ocasiões o médico que lhe recebeu disse que “era normal” e a mandou de volta pra casa.

Keylliane afirma que o médico não fez o mínimo, que era examiná-la e fazer um ultrassom para saber como estava o bebê.

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“Na sexta-feira, 4, retornei ao Materno e a médica que me atendeu disse que eu estava com oito centímetros de dilatação. Meu filho acabou nascendo prematuro e morreu”, lamenta.

A mãe ainda relata que a acompanhante que estava com ela foi até a lista de escala do quadro médico do HMI, e constatou que o nome do médico, que se recusou a atendê-la nas duas ocasiões, não consta na lista.

“Nada do que eu diga vai ser capaz de expressar a dor que estou sentindo. Mas, queria deixar aqui um pouco da minha revolta pelo descaso do atendimento daquele hospital que deveria salvar vidas, e ao meu ver está matando mais do que salvando”, fala, revoltada.

Vale ressaltar que a Prefeitura de Marabá renovou, por mais quatro meses, o contrato de prestação de serviços médicos especializados em ginecologia, obstetrícia e pediatria com a empresa Instituto Madre Teresa.

O contrato agora fica vigente até o dia 3 de dezembro deste ou até a finalização de um novo processo licitatório e/ou concurso público.

Versão da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Marabá informou o seguinte: “O trabalho de parto prematuro é uma complicação esperada na gestação, geralmente relacionado a quadros infecciosos, traumas e/ou incompetência istmo cervical. Condições que primariamente devem ser diagnosticadas e acompanhadas no pré-natal.

Na maioria das vezes o exame de ultrassom não muda o prognóstico.

Diante da constatação da dilatação, a paciente foi prontamente atendida e internada pra tentativa de postergar a gestação, porém sem êxito. Tratando-se de um RN prematuro extremo, as chances de sobrevida é baixíssima. O recém-nascido foi prontamente encaminhado à UTI, porém evoluiu com óbito.

No quadro de médicos desse hospital, contamos com obstetras, pediatras e um clínico geral, cedido pela prefeitura, que atua sob supervisão dos obstetras de plantão, para atendimentos baixa complexidade, afim de desafogar a alta demanda de atendimento realizado nessa instituição.” (Da Redação)