Na noite de ontem (24), a Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal (com auxílio do canil), prendeu Juciele Sousa Silva Rocha, em flagrante, pelo crime de subtração de uma bebê, previsto no Artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ela tinha sido filmada no início da tarde, fugindo com o bebê no colo, de uma loja na Cidade Nova, em Marabá. A prisão da acusada e resgate da criança aconteceram no Bairro Delta Park.
Tudo começou com o vídeo que mostrava uma mulher com um bebê no colo dentro de uma loja de roupas e em seguida mostra a mulher atravessando a rua correndo, com o bebê. A partir daí foram divulgadas fotos e informações sobre Juciele, apontada como sequestradora.
Mas a história entre a acusada e a mãe da criança, Andressa Sousa Ferreira, começou ainda no ano passado, conforme declarado à policia pela própria Adressa. Ela contou para a polícia que as duas se conheceram por meio de uma amiga em comum e ela estava disposta a dar a própria filha para Juciele. Inclusive chegou a passar alguns dias na casa de Juciele, em Altamira, no final do ano.
Leia mais:Ocorre que as duas tiveram um desentendimento e ela desistiu de doar a filha. Andressa também admitiu que, com o passar dos dias, fez as pazes com Juciele, mas manteve a decisão de ficar com o bebê.
Ainda conforme o relato, no domingo, Andressa e Juciele saíram juntas de Altamira, com a criança, cada uma com um destino. Andressa iria para Santa Inês (MA), enquanto Juciele iria para Santa Catarina. Ambas passaram em Marabá para trocar de ônibus e seguir viagem.
No início da tarde desta segunda, enquanto foram a uma loja comprar roupas, Juciele se aproveitou enquanto Andressa experimentava uma roupa e fugiu com a criança. Foi aí que ela decidiu denunciar o caso às autoridades policiais.
Durante toda a tarde, o CORREIO tentou contato com as partes envolvidas e acabou descobrindo de Juciele constituiu a advogada Karla Karen Santos Carvalho para defende-la da acusação.
Ao mesmo tempo, as polícias Civil e Militar, além da Guarda Municipal, com apoio do canil, já estavam fazendo uma varredura na cidade, em busca de Juciele e conseguiram prendê-la no início da noite e resgatar a criança.
VERSÃO DA ACUSADA
O CORREIO conseguiu o contato da advogada da Juciele, Karla Karen Santos Carvalho, no momento em que ela acompanhava sua cliente prestando na Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA).
Por telefone, Juciele alegou que tomou conhecimento que Andressa queria doar a filha assim que nascesse. Foi por meio de uma pessoa em comum que as duas acabaram se conhecendo. Disse também que, embora tenha ocorrido uma discussão entre elas, Andressa se mantinha disposta a doar a filha. Inclusive, ela diz ter provas de que desde o nascimento do bebê, dia 10, ela vem cuidando da criança.
Perguntada sobre por que saiu correndo com o bebê nos braços, Juciele deu uma explicação pouco convincente. “Apareço correndo porque meu UBER chegou, mas não foi fugindo”, argumenta, ao acrescentar que Andressa seguiria viagem e ela ficaria com a criança, conforme combinado. Mas, quando o caso tomou a proporção que tomou, sobretudo nas redes sociais, ela constituiu a advogada para defendê-la.
Também por telefone, a advogada Karla Karen se mostrou bastante tranquila sobre a situação, ao explicar que não há mandado de prisão e nem flagrante e que sua cliente não raptou o bebê. “Não tem rapto, não tem nada”, resumiu.
(Chagas Filho)