Correio de Carajás

“Mulher” é o tema do projeto Cinema nas Redes

Socióloga e estudante de Gestão Pública em Marabá, mediadora Deyze dos Anjos faz convite para eventos virtuais

O projeto Cinema nas Redes, elaborado pela produtora MPC Filmes, em parceria com 27 universitários de todo o Brasil, leva, de setembro a novembro, documentários e debates em torno da temática “Mulher”. Os eventos acontecem pelo Instagram, de forma 100% virtual, e conta com patrocínio do Instituto CNP Brasil, da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

O debate é mediado por estudantes de 12 áreas de conhecimento diferentes – entre eles, Deyze dos Anjos, socióloga formada pela UNIFESSPA em Marabá e professora de Sociologia e Filosofia na rede estadual de ensino no Tocantins, estado em que realiza formação em Gestão Pública pelo IFTO. Com um currículo carregado e muita vivência a compartilhar, Deyze conversou com o Portal Correio de Carajás sobre o Cinema nas Redes.

Ela afirma que o projeto a procurou com base num processo seletivo que busca universitários próximos à temática de direitos humanos. Ela foi indicada por um “agente mobilizador” do Circuito Universitário de Cinema, que agora foi convertido no formato virtual por conta da pandemia do coronavírus.

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“Antes de iniciarmos as lives – debates pelo nosso Instagram, tivemos uma capacitação com a equipe do projeto. Uma semana em que fomos apresentados à ferramenta – que ganhou muito espaço com a pandemia, que são as lives. Maria Cascão, uma das coordenadoras do projeto, enfatizou bastante: ‘O mundo, é de vocês”, disse Deyze, apontando para o maior alcance que o circuito recebe ao se tornar virtual.

O desafio de conduzir debates tão profundos pela internet foi taxado como “desafiador” pela socióloga. “Entendi que – realmente – é um trabalho que exige muito esforço e dedicação, pois há muita gente falando de diversos assuntos. Às vezes, falseamento da realidade nesta conjuntura nacional que estamos atravessando, atrair pessoas dispostas a debater sobre a violência contra a mulher, por exemplo, num sábado à noite, não tem sido fácil”, reconhece Deyze.

Ainda sobre a temática, ela contempla sua vivência ao se preparar para a mediação, colocando como fundamental sua participação e contribuição com o ensino dos Direitos Humanos, através das obras a serem apresentadas e debatidas.

 

“Ser mulher negra e do sudeste do Pará realmente tem um peso diferenciado. Nós sabemos que a violência contra a mulher – por conta do processo histórico de formação social do Brasil (aí as Ciências Sociais explicam muito bem) é arraigada em nossa sociedade, entretanto por conta do cenário político intolerante por excelência e agravado pela crise sanitária da covid-19m os dados da violência se acentuaram consideravelmente”.

Por fim, Deyze convida a todos para assistir as obras e acompanhar os debates do Cinema nas Redes. Através do seu perfil no Instagram @deyzedosanjos, é possível reassistir a programação já passada, e acompanhar as próximas.

O primeiro convite é para a exibição e debate do documentário Nunca mais serei a mesma, de Alice Lanari, que conta histórias de mulheres violentadas em quatro diferentes países. Os filmes Carne, seremos ouvidas e Mexeu com uma mexeu com todas estão disponíveis em link na bio de Deyze no Instagram até 15 de novembro. (Juliano Corrêa)