Correio de Carajás

Mulher defende marido preso em Marabá por crime no DF

Lizandra Marinho diz que família mora em São João e que Francisco Ferreira nunca esteve no Distrito Federal

Lizandra veio até o Grupo Correio e relatou o caso. Desesperada, ela teme pela saúde do marido/ Foto: Evangelista Rocha

Lizandra Marinho de Lima, moradora da zona rural de São João do Araguaia, procurou ajuda do Correio de Carajás na manhã de terça-feira (6), alegando que o marido, Francisco Ferreira, foi preso injustamente. Segundo a mulher, o esposo foi detido na sexta-feira, dia 2, acusado de envolvimento em um roubo que aconteceu no município de São Sebastião, em Brasília-DF, uma cidade que segundo Lizandra, ele nunca esteve.

Lizandra contou que, apesar de residir em São João do Araguaia, toda a família vinha para Marabá para a venda de recicláveis. Neste dia, após vender a sucata, atividade que realiza para sustento da família, eles seguiram para uma oficina, onde de lá foram almoçar, momento em que Francisco foi abordado pela polícia e preso por força de um mandando de prisão.

Em seu relato, a mulher repetia várias vezes que ele foi preso sob acusação de um roubo em São Sebastião, em Brasília. Mas ela assegura que ele nunca esteve nessa cidade. “Nós moramos aqui há mais de dez anos”, afirma.

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Desesperada, a mulher disse que apresentou alguns documentos que segundo ela, comprovam a inocência do marido. “Eu mandei provas como papel de energia, papel de internet e de postinho de saúde”.

Ela diz temer pela saúde do esposo, que precisa de cuidados médicos: “Ele tem pressão alta e gordura no fígado grau três. Está lá preso injustamente”, assegura.

Lizandra também criticou a alegação de que o marido foi preso devido a uma descrição física. “No assalto, disseram que tinha um gordinho. Então prenderam ele só porque ele é gordo?”, questionou, destacando que a família tem duas crianças pequenas, que sempre acompanham os pais na coleta de material reciclável.

Ela explicou a rotina da família, que trabalha com sucata três vezes por semana em Marabá, e relatou como foi a abordagem policial. “Os policiais o chamaram, revistaram e ficaram conversando. Eu fui lá para saber o que estava acontecendo, mas pediram para eu me retirar, então observei de longe”.

A mulher clama às autoridades para que revisem as provas e acreditem na inocência do marido. “Eu creio que a justiça vai olhar as provas e ver que não era ele. A pessoa que está acusando tem que ter um vídeo ou uma foto. Quando mostrarem, vão ver que não é ele. Não tem a mínima possibilidade porque ele nunca foi para esse lugar”, ratifica.

O advogado que defende seu marido, segundo Lizandra, é um amigo da família, e está acompanhando o caso de bom agrado, pois não têm condições financeiras para pagar pelo serviço.

Ela relatou que houve uma audiência de custódia no sábado (3), mas o juiz ainda não deu parecer. Apesar de ser orientada pelo advogado a esperar, Lizandra disse agir por desespero apelando para a mídia na esperança de obter justiça e evitar que o provedor da família seja levado para mais longe: “Estou aqui para que alguém me dê voz. Isso não pode ser assim. É muita injustiça”, finaliza.

(Milla Andrade)