Correio de Carajás

Mudança no sistema prisional de Parauapebas gera discussão sobre prédio antigo

Mudança no sistema prisional de Parauapebas gera discussão sobre prédio antigo

Com a previsão de inauguração do Presídio de Parauapebas neste final de ano, com capacidade para quase 400 internos, a comunidade agora debate o que será feito do prédio provisório onde atualmente funciona a carceragem do município, no Bairro Rio Verde, centro da cidade. Iniciada em 2013 e orçado em mais de R$ 8 milhões, a nova estrutura está localizada na VS 10, em área menos habitada.

Novo prédio será mais afastado do centro e com capacidade para quase 400 internos

De acordo com Helder Igor, presidente do Conselho da Comunidade em Parauapebas, desde o início dos debates acerca da construção do novo presídio foi decidido que o prédio no centro será desativado para funções carcerárias. “O prédio obsoleto e onde hoje a carceragem funciona de forma improvisada será desativado e esse espaço a gente pretende que o governo do estado ou o município reformem e dê outra destinação ao local, mas que retire o ambiente carcerário daqui”, declarou.

Helder Igor: O prédio obsoleto e onde hoje a carceragem funciona de forma improvisada será desativado

O prédio em questão foi construído no final da década de 80 e desde então é polêmica a localização. O empresário José Leonardo afirma que inicialmente o local era para ser um setor administrativo, mas acabou virando cadeia e hoje é presídio dentro da cidade. “Que conheço é o único que existe ainda dentro de cidade, é esse de Parauapebas”, declarou.

Leia mais:
José Leonardo: As pessoas não se sentem seguras com uma cadeia superlotada dentro da cidade

De acordo com ele, inicialmente muitas pessoas foram contrárias à instalação de um presídio nos moldes que está sendo construído no município, afirma o empresário.   “Mas entendemos que havia necessidade porque tínhamos uma cadeia e ao mesmo tempo um presidio no centro, então por que não levar para local mais afastado? Hoje as pessoas não se sentem seguras com uma cadeia superlotada dentro da cidade”, justifica.

Já Jeferson Gomes, que mora em frente à carceragem, preocupa-se que haja uma queda drástica no policiamento do bairro após a transferência dos internos e acha que o local deveria ser transformado em posto policial, mesmo que para isso fosse necessário deixar funcionando ali uma central de triagem de presos. “A gente vê que essa região tem bastante policiamento por causa do presídio, será que saindo o presídio o policiamento vai continuar? Fica essa questão”, observa.

Jeferson Gomes: Será que saindo o presídio o policiamento vai continuar?

Conforme Helder Igor, entretanto, a entidade que representa já oficiou a Secretaria do Sistema Penitenciário do Estado e o Governo de Estado e manifestou em algumas reuniões com o Poder Judiciário a posição do Conselho, que é contrária à permanência de cadeia no bairro. (Luciana Marschall e Adersen Arantes)