Correio de Carajás

MP dá ultimato para PMM adotar medidas mais rígidas de combate à covid-19

Órgãos de segurança municipal deverão implantar, imediatamente, sistemas de aplicação de multa para quem aglomerar

Após uma reunião realizada na última sexta-feira (9) entre o Ministério Público do Estado do Pará – representado pelas promotoras Mayanna Souza Silva Queiroz, titular da 6ª PJ; Alexssandra Muniz Mardegan, titular da 9ª PJ; Lilian Freire, titular da 10ª PJ; e uma junta de representantes da Prefeitura Municipal de Marabá, ficaram acordadas algumas medidas que devem ser tomadas pelo município para contribuir no combate à proliferação da covid-19.

Estiveram presentes ao encontro Arlam Braga e Luís Sérgio Santos, representando o Hospital Municipal de Marabá; Carlos Alexandre e Walmir Moura, pela Secretaria Municipal de Saúde; e Luciano Lopes Dias, vice-prefeito de Marabá.

Durante a conversa, as promotoras de Justiça enfatizaram sobre a importância de conscientizar a população com informações de qualidade. Além disso, foi informado ao comitê presente, que uma ação foi ajuizada pelo MPPA com o objetivo de corrigir a defasagem dos leitos de UTI no HMM.

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Um dos pontos mais importantes e levantados pelo MPPA foi sobre o baixo estoque de medicamentos para pacientes internados em UTI no município, que pode chegar a acabar, caso a situação se agrave.

Entre as recomendações, ficou decidido que o município deverá instalar um novo centro de testagem no núcleo Cidade Nova, no prazo de 7 dias.

Outro ponto levantado na reunião foi acerca da aquisição dos testes SWAB (cotonete estéril para coleta de amostra microbiológica), que devem ser obtidos seja por via própria da PMM ou através de parcerias público-privadas, além do fornecimento da medicação inicial para o paciente infectado.

Foi solicitado ainda, que a PMM intensifique as campanhas publicitárias dando ênfase no número de óbitos, gravidade da doença, ocupação hospitalar e estoque de medicamentos e leitos. O MPPA também se prontificou a realizar campanhas que fortaleçam e contribuam para o combate à covid-19.

Na ocasião, foi agendada uma reunião entre ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá), Sindcom (Sindicato do Comércio de Marabá) e Vale para esta terça-feira (12), no auditório do MPPA.

MPPA e comércio

Na manhã de segunda (12) as promotoras Mayanna Queiroz e Alexssandra Mardegan se reuniram novamente, dessa vez com representantes do comércio para debater sobre as medidas que o município de Marabá deve tomar afim de evitar o aumento dos casos de contaminação de covid-19.

Na ocasião, Mayanna Queiroz solicitou que os empresários conscientizem seus funcionários e, consequentemente, estes transmitam os ensinamentos em suas casas, sendo este um trabalho coletivo. “Caso os números não baixem, tudo vai ser fechado. Por isso é importante que os empresários cooperem”, ressaltou Mayanna.

Os representantes que estiveram presentes ao encontro informaram às autoridades que além de massificar a campanha de conscientização, é preciso aumentar as fiscalizações em pontos muito movimentados da cidade, como os espaços públicos das Folhas 12 e 15, por exemplo, além de balneários mais afastados do centro da cidade.

Por fim, o MPPA pediu para que os empresários apoiem e contribuam com a PMM para a aquisição de mais testes Swabs.

MPPA e órgãos de segurança

Com o objetivo de traçar estratégias que deverão ser adotadas para que a situação não se torne caótica, o MPPA tem trabalhado de forma intensa para que a PMM, empresários e órgãos de segurança atuem em conjunto no combate à covid-19.

Desta forma, dando continuidade às reuniões e conversas com membros do setor público e privado, ainda na segunda-feira (12), aconteceu um encontro com os representantes dos órgãos da segurança pública de Marabá.

As promotoras de justiça solicitaram que os pontos da cidade em que há mais casos de aglomeração e desrespeito aos decretos precisam ser fiscalizados com uma maior frequência, para que a população perceba que os órgãos estão atentos.

Presente à reunião, Jair Guimarães, secretário de Segurança Pública de Marabá, informou que serão adotas providências mais incisivas para evitar aglomerações, e que serão intensificadas as atuações por toda a cidade, por no mínimo, 10 dias.

Por fim, ficou decidido que serão implantadas, imediatamente, sistemas de aplicação de multa, equivalente a que é aplicada pela Polícia Militar. No que se refere às empresas, o Departamento de Vigilância Sanitária intensificará as fiscalizações aplicando as medidas previstas. (Ana Mangas)