Correio de Carajás

Motoristas interditam ponte sobre o Rio Tocantins e acusam DMTU de perseguição

Em contrapartida, o DMTU afirma que está realizando seu trabalho de fiscalização diuturnamente, e que vai coibir o transporte irregular de passageiros

Quem precisou trafegar pela ponte sobre o Rio Tocantins na manhã desta quarta-feira (15) percebeu o trânsito um pouco mais lento que o habitual. Alguns motoristas – profissionais liberais – se reuniram na cabeceira da ponte, onde ficava o antigo posto fiscal da Sefa, para manifestar contra o Departamento Municipal de Trânsito Urbano (DMTU).

Segundo José Oliveira Carvalho, popularmente conhecido como Jhosy do Km 7, o objetivo da interdição é para que os mais de 40 motoristas, que fazem o trajeto da Vila Sarandi, no Núcleo Morada Nova, para as demais regiões de Marabá, possam trabalhar sem punições.

“Estamos sendo perseguidos pelo DMTU” alega o polêmico Jhosy do Km 7, um dos responsáveis pela manifestação

“Estamos sendo perseguidos pelo DMTU, eles colidem com nosso carro, batem mesmo, correm atrás da gente. Está todo mundo trabalhando sufocado. Está tudo caro e eles estão nos proibindo de trabalhar”, diz Jhosy, fazendo uma grave denúncia.

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Segundo ele, os profissionais querem dar um basta. Eles irão solicitar que Pedro Corrêa, presidente da Câmara Municipal de Marabá, realize uma sessão extraordinária para que possam ser ouvidos.

Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal esteve no local e, ao Correio de Carajás, afirmou que o órgão recebeu reclamações sobre a lentidão no trecho.

“Viemos aqui orientar os manifestantes. Eles estão no direito, mas não podem intervir no direito do cidadão de ir e vir. Devem liberar a via”, informou um dos agentes federais.

DMTU

A Reportagem do Portal Correio de Carajás esteve na sede da Secretaria Municipal de Segurança Institucional para ouvir a versão do órgão sobre a manifestação e acusação.

O coordenador de transportes do DMTU, agente Fabiano Reis, afirma que é preciso deixar claro para a população que esse tipo de transporte não credenciado, além de ser infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro e nas leis municipais de transporte, é também uma contravenção penal. “A orientação que temos para a população é que evite pegar esse tipo de transporte”, alerta o agente.

Jocenilson Silva, diretor do DMTU, afirma que a lei municipal prevê o transporte público de táxi lotação para veículos regulamentados. “A fiscalização está diuturnamente nas ruas, fiscalizando os veículos que estão fazendo esse transporte remunerado de passageiros. Sabemos que, por conta da pandemia, muitas pessoas ficaram desempregadas, mas isso é uma questão social”.

Jocenilson Silva, diretor do DMTU, afirma que o órgão só está cumprindo a legislação

O diretor explica que, mensalmente, são produzidos relatórios com o quantitativo de veículos que foram flagrados e removidos realizando a atividade irregular.

“As equipes estão diuturnamente nas ruas fiscalizando os veículos que fazem o transporte remunerado de passageiros. Atualmente, temos 78 táxi lotação que são regulamentados pelo órgão”, ressalta.

De acordo com Jocenilson, quem for pego utilizando seu veículo particular em atividade remunerada de transporte sem autorização infringe uma lei municipal e vai ter seu carro removido.

O Portal Correio de Carajás também conversou com Jair Barata, secretário municipal de Segurança Institucional. Questionado sobre as acusações de que o DMTU estaria perseguindo os motoristas que fazem a rota da Vila Sarandi, Barata afirma que não há nenhum tipo de perseguição.

“A função do DMTU é fiscalizar, normatizar e regulamentar o transporte público municipal”, diz Jair Barata

“A função do DMTU é fiscalizar, normatizar e regulamentar o transporte público municipal. As pessoas que participam dessa manifestação estão na clandestinidade e nós não podemos admitir. Trabalhamos nos aspectos legais e o Ministério Público tem cobrado participação na fiscalização”, justifica.

O secretário finaliza ressaltando que no modal transporte público, para cumprir a legislação municipal, o único órgão que faz esse trabalho é o DMTU. (Ana Mangas e Evangelista Rocha)