Correio de Carajás

Motopatrulhamento zera homicídios, diz PM

Motopatrulhamento zera homicídios, diz PM

Com o objetivo de dar mais mobilidade ao policiamento ostensivo de Marabá, a Polícia Militar do Pará capacitou 35 policiais no Curso de Motopatrulhamento. Eles já atuam nas vias da cidade desde o dia 15 de agosto e o resultado da implementação desse projeto foi o número de homicídios ser zerado no município.

De acordo com o coronel Juniso Honorato e Silva, comandante do CPR II (2º Comando de Policiamento Regional) o foco do pelotão “Águia” é atuar em áreas da cidade consideradas “vermelhas”. “Fizemos a análise da área toda e percebemos onde está essa mancha criminal”, explicou o militar ao CORREIO.

Segundo o comandante, desde que o trabalho foi iniciado no mês de agosto, a facilidade de atuação dos policias com as motocicletas contribuiu bastante para que o índice fosse zerado desde então. “As viaturas de quatro rodas não têm condições de fazer o acompanhamento das motocicletas que por ventura estejam cometendo algum tipo de delito, quer seja roubo ou atentado contra a vida”, informou.

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Os 35 policiais possuem entre 20 e 28 anos, todos foram capacitados taticamente e operacionalmente para o emprego do uso de armas longas, curtas e meios não letais. A ação está sendo empregada tanto na área do 4º Batalhão, localizado na Nova Marabá, nas margens da Rodovia Transamazônica, na altura do Km 4, quanto nas proximidades do 34ª BPM, que funciona em prédio anexo ao aeroporto de Marabá, no Núcleo Cidade Nova.

Balanço 2019

Ao CORREIO, coronel Juniso divulgou um balanço realizado de janeiro a agosto deste ano a respeito da diminuição do número de homicídios em Marabá. Segundo ele, houve uma redução de 30% nos assassinatos cometidos na Risp (Região Regional de Segurança Pública). Resultado esse que superou a média nacional, que é de 26%.

Apesar da queda, Juniso afirmou não estar satisfeito com o índice apresentado. Segundo ele, o número ainda é muito elevado e, com o objetivo de melhorar o percentual, a PM firmou parceria com a Polícia Civil na intenção de justamente baixar o indicador. “Em 2018 tivemos uma média (mensal) de 22,5 homicídios aqui em Marabá, o que foi uma média muito elevada. E aqui se mata muito por causas banais”, esclareceu.

Meta

O comandante rememorou a primeira formatura das mais de 3.500 crianças pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) no mês de junho deste ano e afirmou que a meta agora é capacitar mais 10 mil alunos. “Faremos nosso curso de instrutores, que começará na próxima segunda-feira, dia 9. Essas pessoas são policiais militares que passaram por uma seleção pedagógica e psicóloga para se habilitarem”, detalhou.

Colégio Militar

Segundo o comandante, o Colégio Militar Rio Tocantins (CMRio) tem servido de exemplo e de matriz não somente para o Estado do Pará. Ainda de acordo com ele, outras forças têm visitado Marabá para aprender com a metodologia aplicada ao colégio para assim ser implementado em outros locais.

“Em outros estados, as escolas funcionavam de forma que a Polícia Militar assumisse toda a gestão pedagógica, professores, tudo. E isso nós não podemos fazer, porque tiramos muitos policiais do policiamento ostensivo das ruas para alocar na escola. Aqui encontramos uma forma de cuidar da parte disciplinar da escola por meio de compra da folga do policial, que recebe pelas oito horas de atuação lá, por meio de um convênio com a Prefeitura de Marabá”, informou o coronel. (Karine Sued)