“Eu fui vítima de um acidente com a linha de cerol”, desabafa a auxiliar técnica em manutenção, Fernanda Silva dos Santos, de 27 anos, enquanto mostra uma cicatriz no pescoço, após ser cortada por uma linha chilena que estava sendo utilizada por um garoto para soltar pipa na Avenida II, no Bairro dos Minérios, em Parauapebas.
O fato aconteceu na terça-feira (21) e três dias após o acidente Fernanda disse ao Correio de Carajás que está sendo difícil a recuperação, por sentir dores no corpo e ter dificuldades até para andar.
A vítima conta que trafegava de moto às 17h40, em direção a um supermercado, quando conseguiu ver o reflexo da linha, que era de cor amarela. A reação dela foi levantar a mão esquerda para tentar se proteger. “Mesmo assim eu senti o meu pescoço esquentar, como se tivesse cortando. No momento eu fiquei muito aflita, entrei em desespero e não lembro direito o que aconteceu”, diz, acrescentando que acredita ter acelerado a moto, contribuindo para uma queda.
Leia mais:Quando Fernanda recobrou a coincidência, estava caída no chão e lembra de ouvir as pessoas dizerem que o pescoço dela estava sangrando. Elas então decidiram tirar a linha que estava presa ao pescoço.
A vítima disse à reportagem que um menino de 12 anos era o responsável por empinar a pipa, utilizando a linha com cerol. “A criança correu para a casa dos pais, os responsáveis não compareceram para prestar socorro”, conta. “Graças a Deus eu estou aqui para contar a história”, diz aliviada de as consequências do acidente não terem sido piores.
Fernanda garantiu que irá procurar a Delegacia de Polícia Civil para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso, e que ainda não o fez pela dificuldade de locomoção. “Não vou deixar impune para que sirva de exemplo para que outros pais não permitam que os filhos usem cerol”.
A vítima questiona, ainda, como um menino estava fazendo uso do cerol, que é ilegal.
CRIME
Procurado pelo Correio de Carajás, o advogado Fábio Lemos da Silva explicou que o uso da linha chilena, ou cerol, é crime. “É passível de prisão de três meses a um ano. O crime é tanto para quem usa quanto para quem comercializa”, afirma o advogado.
(Theíza Cristhine, com informações de Ronaldo Modesto e Rayane Pontes – TV Correio)