Correio de Carajás

Mosquitos são encontrados pela primeira vez na Islândia

Três exemplares foram identificados por cientistas locais. Avanço do aquecimento global torna o país mais propício à presença do inseto.

Mosquito Culiseta annulata, que é o tipo encontrado em Kiðafell, Kjós. — Foto: Wikimedia/Domínio Público

A Islândia registrou pela primeira vez a presença de mosquitos em seu território.

O país, que até agora era um dos poucos lugares do mundo livres do inseto, ao lado da Antártida, confirmou a identificação de três exemplares da espécie Culiseta annulata.

Os insetos foram encontrados na região de Kiðafell, próxima a Reykjavik, a capital e a maior cidade do país, e analisados por pesquisadores do Instituto de Ciências Naturais da Islândia.

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A espécie é adaptada ao frio e pode sobreviver ao inverno abrigada em porões e celeiros.

Segundo pesquisadores, o caso está relacionado ao aquecimento acelerado no país.

Estudos mostram que a Islândia aquece quatro vezes mais rápido do que a média do Hemisfério Norte, o que tem provocado o derretimento de geleiras e a chegada de espécies marinhas de águas mais quentes, como a cavala, um tipo pequeno de peixe.

Pesquisadores alertam que o avanço do aquecimento global vem ampliando a presença de mosquitos em regiões antes frias.

No Reino Unido, por exemplo, já foram encontrados ovos do mosquito-da-dengue (Aedes aegypti) e do tigre-asiático (Aedes albopictus), vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya.

No Brasil, como mostrou o g1, em 2024, foram registrados 2,3 milhões de casos prováveis de dengue em apenas dois meses, um recorde histórico.

E a mudança climática também vem expandindo o território da doença.

Apesar do quadro preocupante, especialistas apontam caminhos.

“As soluções vão desde as mais simples — eliminar água parada, usar repelente — até as mais avançadas, como monitorar o clima para prever surtos e liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia, que reduz a transmissão do vírus”, explica Maria Anice Mureb, professora da USP que pesquisa o Aedes aegypti há mais de 45 anos.

(Fonte:G1)

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