Foi identificado como Mikael da Silva Medrado, de 23 anos, o corpo do jovem que morreu no dia anterior, terça (3), no Bairro Cidade Jardim, em Marabá. Ele foi baleado durante uma intervenção da Polícia Militar, que apreendeu um simulacro de fuzil M4. Há a suspeita de que o homem tentaria roubar aparelhos celulares de um comerciante.
O pai de Mikael esteve nesta quarta (4) no Instituto Médico Legal (IML), onde fez o reconhecimento do cadáver. A família é moradora da Folha 6, no Núcleo Nova Marabá.
O genitor não quis gravar entrevista formalmente, mas comentou com a equipe do Correio de Carajás que o filho saiu de casa, acompanhado de outro jovem, afirmando que ia trabalhar em um lava jato. A mesma pessoa que saiu em companhia dele foi quem avisou a família, na quarta, sobre o ocorrido com Mikael. O pai acrescentou desconhecer se o filho tinha envolvimento com qualquer prática criminosa.
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Policiais militares procuraram a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil para registrar a morte de Mikael. Eles relataram que, por volta das 16h20, foram acionados por um empresário informando que faria uma entrega de celulares para um suposto comprador, mas desconfiava que, na verdade, se tratava de um golpe e que seria assaltado. O ponto de entrega combinado com o suposto comprador foi uma rua erma, no final do Bairro Cidade Jardim.
Após o chamado, uma equipe policial encontrou o vendedor de celulares e mais uma pessoa em um posto de combustíveis. De lá, o grupo seguiu para o local indicado para ser concretizada a suposta venda.
Ao se aproximarem do endereço, os militares viram o ocupante de uma motocicleta Honda Bros fugir assim que avistou a viatura policial. Os policiais ainda tentaram abordá-lo, mas não conseguiram devido à alta velocidade do veículo.
Em seguida, um policial viu um homem sair de trás de um prédio, onde havia uma casa de bombas. A pessoa, posteriormente identificada como Mikael, carregava o que aparentava ser um fuzil e, conforme o relato da PM, chegou a apontar a arma para os policiais e fazer menção de que iria atravessar a rua.
Os policiais se sentiram ameaçados pelo objeto e um deles efetuou um disparo de arma de fogo contra o suspeito, que correu e caiu logo depois em um campo aberto, sem esboçar mais reação.
Os militares se aproximaram e tentaram conversar com o baleado, mas embora ele estivesse com a respiração ofegante, não disse nada. Eles então apreenderam o objeto que o suspeito carregava e constataram não se tratar de uma arma verdadeira, mas sim de um simulacro de fuzil M4.
À Polícia Civil, os militares informaram que acionaram imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros para prestar socorro ao suspeito. Contudo, houve demora das ambulâncias devido à difícil localização da rua.
A própria equipe então decidiu fazer o resgate do ferido, que ainda respirava. Ele foi colocado na viatura e levado para o Hospital Municipal, onde chegou morto. O corpo foi removido ao IML. (Da Redação – com informações de Evangelista Rocha e da PC)