Dois cavalos que estavam presos com água até o pescoço em uma casa em Canoas, no Rio Grande do Sul, morreram na tarde desta quinta-feira. Os animais vinham sendo monitorados por um morador da região, que levava água e comida, além de ter comunicado a necessidade de equipes de resgate. O socorro chegou ainda na tarde de ontem, mas os dois equinos foram encontrados sem vida.
O barqueiro Carlos Henrique, que mora nos arredores da casa onde os cavalos estavam presos, se responsabilizou pelo cuidado com os animais durante os dias em que estiveram no local. No entanto, sem a possibilidade de realizar o resgate de dois animais sozinho, ele solicitou ajuda.
— Fomos fazer o resgate, infelizmente eles não resistiram, chegamos tarde. Eles morreram ontem à tarde, dá para ver eles ali, boiando dentro da casa — lamentou Carlos, que também tem auxiliado no resgate de outros animais e pessoas ilhadas.
Leia mais:A casa onde os dois estavam presos teve seu primeiro pavimento quase todo coberto de água. Com risco de hipotermia, afogamento e contaminação por doenças, os animais permaneceram no local durante dias, lutando para sobreviver com o nível da inundação na altura do pescoço.
Resgate de Caramelo
Após ficar quatro dias ilhada no telhado de uma casa em Canoas, Rio Grande do Sul, do cavalo caramelo finalmente foi salvo pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo em uma operação emocionante, transmitida para todo o país ao vivo na televisão. A força-tarefa foi montada com a participação de veterinários e foi liderada pelos Bombeiros paulistas.
Flagrado ontem se equilibrando na parte de cima de uma casa praticamente submersa pela água, a retirada do animal, um cavalo, contou com 11 pessoas e cinco botes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, ainda no período da manhã, os profissionais se deslocaram até a região em que o cavalo estava ilhado com duas embarcações. O cavalo estava a quatro quilômetros do ponto inicial do alagamento.
O primeiro passo foi se aproximar do animal e realizar a sedação, para evitar que o animal se machucasse ou ficasse nervoso com a presença dos humanos. Com o auxílio de um veterinário, a sedação foi aplicada, disse a SSP.
— Quando chegamos encontramos o animal em uma situação debilitada. Tentamos nos aproximar de maneira calma, fizemos a contenção física, os veterinários vieram com os medicamentos, após a sedação, deitamos o cavalo numa balsa de salvamento e fizemos a extração em segurança — disse o capitão Franco, que liderou a missão de resgate.
O animal de 350 quilos foi deitado no bote e seguiu por quase meia hora num percurso de quatro quilômetros até chegar no ponto seco da cidade. No local, uma viatura dos Bombeiros de São Paulo puxou o bote até um caminhão da Brigada Militar. O animal, ainda sedado, foi levado até um hospital veterinário para receber os cuidados necessários.
Tragédia
O número de mortes em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 113, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do estado, divulgado na manhã desta sexta-feira (10). Há ainda o registro de 146 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,9 milhão de pessoas até agora.
As autoridades locais ainda investigam se outras quatro mortes estão relacionadas com eventos meteorológicos. Ao todo, há 69.617 pessoas em abrigos, 337.116 desalojados, e 756 pessoas feridas socorridas.
(Fonte: O Globo)