Correio de Carajás

Morre o artesão Alenildo Lima aos 73 anos

O artesão e palestrante Alenildo Lima, um dos pioneiros da arte em Marabá, morreu na manhã desta terça-feira (26), aos 73 anos.  A informação foi confirmada pela família ao Portal Correio de Carajás.

Apesar de conviver por 10 anos com enfisema pulmonar, Alenildo estava internado desde o último dia 20 de fevereiro com um quadro de problema renal. O artesão sofreu uma parada cardiorrespiratória pela madrugada que ocasionou em sua morte.

Leitor assíduo do Jornal CORREIO, o artesão não perdia uma edição. Apaixonado pela leitura, fazia questão de acompanhar o periódico e sempre se manter bem informado.

Leia mais:

Trajetória

Nascido na cidade de Cortês, Pernambuco, no dia 31 de julho de 1945, Alenildo José de Lima mudou-se para Marabá nos anos 80. Aqui ele fazia e vendia seus artesanatos de porta em porta. Com as vendas, conseguiu abrir uma loja, a Artesanato São José.

Na época do massacre em Eldorado dos Carajás, onde 19 sem-terra foram executados, a pequena loja de seu Alenildo serviu de abrigo para dezenas de jornalistas vindos de toda a parte do mundo para cobrir a tragédia.

Integrante do Alcoólicos Anônimos (AA) há 38 anos, Alenildo gostava de falar sobre ter largado a bebida e fazia questão de compartilhar com as pessoas sobre essa superação. Viajava por diversos munícipios do Pará, como Abel Figueiredo, São Geraldo do Araguaia, palestrando e querendo ajudar outras pessoas.

“Ele ajudou diversas pessoas aqui em Marabá a largarem o vício. Ele fez um trabalho muito importante. Com o exemplo dele muitas pessoas se sentiam incentivadas a largar o álcool. Onde ele via que algum grupo do AA estava sendo fundado, ele fazia questão de ir até lá para fortalecer esses grupos”, conta o filho, Vicente de Souza.

Ainda segundo ele, essa paixão do pai por ajudar os outros começou após um difícil momento de falência. “Ele sofreu uma falência comercial em Recife, decorrente do vício do álcool. Lá mesmo ele procurou o AA e começou a participar do grupo de ajuda. Decidiu vir para Marabá e aqui dar continuidade a esse trabalho voluntário que ele amava fazer”, finalizou. (Karine Sued)