Correio de Carajás

Morre Ilan Jadão, lenda da educação de Marabá

Por volta de 22h30 deste domingo, 20, faleceu em Belém a destacada professora Maria Ilan Rodrigues Jadão, de 89 anos de idade. Ela foi uma destacada educadora de Marabá por mais de 40 anos, além de servidora na Fundação Casa da Cultura de Marabá.

Professora Ilan, como era conhecida, morava por década na Rua 5 de abril, na Marabá Pioneira. Segundo o sobrinho, Yuri Jadão, ela foi a Belém realizar uma cirurgia no maxilar, mas contraiu uma infecção pulmonar, seu quadro se agravou e acabou falecendo. O corpo está sendo trazido para Marabá e um velório será realizado em sua residência, depois levado para sepultamento em cemitério da cidade.

Ela nasceu no dia 11 de setembro de 1931, na cidade Registro, em Mato Grosso, mas foi criada em Marabá, onde chegou com dois anos e meio de idade. Ela se considerava uma marabaense de coração. Seu pai era sírio-libanês e a mãe maranhense. Eles se casaram e tiveram sete filhos, dos quais quatro são daqui de Marabá, dois de Goiás e um nascido no Mato Grosso. Seu pai faleceu em 1935, quando ela ainda era criança. A mãe ficou viúva com sete filhos, batalhou muito como costureira e criou todos eles.

Leia mais:

Ilan concluiu os estudos primários com 12 anos e depois passou seis anos sem ir à escola porque não podia sair de Marabá. Quando as irmãs dominicanas se instalaram em Marabá, na década de 1950, ela teve a oportunidade de fazer o ginásio com elas, depois o magistério, na saudosa Escola Santa Terezinha. Começou a dar aulas na década de 1960 e chegou a atuar nas redes estadual, municipal, além do próprio Colégio Santa Terezinha. Posteriormente, fez estudos adicionais pelo campus da Universidade São Paulo.

Ilan Jadão, irmã de Paulo Bosco Rodrigues Jadão, ex-prefeito de Marabá, não casou e não teve filhos, mas educou milhares de filhos de marabaenses. Mesmo em vida, sua trajetória e legado na educação do município já eram elogiados e uma escola localizada entre as folhas 17 e 18 ganhou seu nome. Todavia, há cerca de seis anos, por orientação do Ministério Público, baseada em legislação vigente, os nomes de pessoas vivas não poderiam batizar órgãos públicos e uma mudança foi efetuada. Agora, certamente, a Secretaria Municipal de Educação deverá colocar seu nome em outra escola.

Depois de aposentada, dedicou-se integralmente às ações da Igreja Católica, da qual era membro fervorosa. (Ulisses Pompeu)