O trânsito na Alça Viária, PA-483, foi fechado por moradores na região de Acará, nordeste do Pará, na manhã desta segunda-feira (18).
O bloqueio de uma das principais vias de acesso à Grande Belém ocorre em protesto contra a possível instalação de um novo aterro sanitário.
Uma área na região é estudada para receber o empreendimento após a futura desativação do atual aterro que atende as cidades da Grande Belém, no fim de novembro.
Leia mais:Moradores das cidades de Acará e Bujaru se mobilizaram e fecharam os dois sentidos da via usando alguns pedaços de madeira e troncos. Com cartazes, eles interromperam o fluxo na altura do km-19 por volta das 6h, próximo a uma das pontes da rodovia.
Por volta de 8h30, o local ainda tinha bloqueio e congestionamentos. Policias estão no local e não foi informado pelas autoridades o tamanho das filas na área.
Medo de impactos ambientais e à saúde
O aterro de Marituba teria encerrado as atividades em 31 de agosto, se não fosse uma decisão judicial prorrogando o funcionamento por mais três meses, até o fim novembro.
A medida foi tomada, pois nenhum novo local foi providenciado pelos gestores públicos para receber as toneladas de lixo gerados pelos moradores de Belém, Ananindeua e Marituba. Todo o material é descartado em um aterro sanitário em Marituba desde 2015. O local já esgotou a capacidade prevista.
Este é o único aterro no Pará licenciado pela Se certaria de Meio Ambiente (Semas) e há comunidades e balneários com igarapés próximos.
O aterro foi instalado para resolver outro problema na região, o lixão do Aurá, onde toneladas de lixo eram descartados sem nenhum tratamento. Até hoje há lixo na área.
No entanto, desde a instalação do aterro em Marituba, os moradores que vivem próximo ao local reclamam do mau odor e de problemas respiratórios. O aterro também foi alvo de investigações por conta de possíveis danos ambientais na área.
Uma nova área em Bujaru, com acesso por Acará, é estudada para a instalação de um novo aterro. Este possível novo local tem um estudo de impacto ambiental em análise junto à Semas. O documento foi feito por uma empresa interessada em implantar o aterro, empresa esta ligada à atual que gerencia o aterro de Marituba.
Os moradores de Acará e Bujaru temem que os problemas que ocorreram em Marituba se repitam em suas comunidades e são contrário à instalação do aterro. Entre os manifestantes estão integrantes de comunidades quilombolas da região.
(Fonte: G1)