Correio de Carajás

Moradores do Infraero temem despejo

Agentes federais deram proteção à ação na Infraero, que ainda não ficou bem explicada/Foto: Divulgação

Na manhã desta quarta-feira (16), moradores do Bairro Infraero (Núcleo Cidade Nova, Marabá) fizeram imagens de viaturas da Polícia Federal e de veículos da Equatorial Energia e da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU), abordando residências e construções dos mais de 100 imóveis que ficam nas três primeiras ruas após o cemitério Jardim da Saudade. Amedrontados, os moradores temem ser despejados, embora não entendam exatamente o que está acontecendo, como relatou Wlit Pereira, o “Índio”, um dos moradores mais antigos do bairro.

“Eu fui surpreendido e estou sem saber o que fazer”, declarou, ao acrescentar que um poste que comprou e pagou com seu dinheiro foi removido pelos funcionários da Equatorial, sob a escolta de agentes federais. “Índio” assegura que sua conta de energia é regular, não é “gato”.

Dona Maria Feitosa afirma que comprou e pagou pelo terreno onde está construindo sua casa, por isso não entende o que está acontecendo. “Ali foi comprado, eu pedi dinheiro emprestado para o meu patrão”, reclama, acrescentando que existem grandes comércios no bairro, mas apenas os mais pobres incomodam.

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Do alto dos seus 70 anos, seu Claudionor Alencar diz que não quer guerra com ninguém. Quer apenas o direito de terminar sua obra, que foi embargada pela SDU. “Eu não queria falar mal de ninguém, não; quero apenas que as autoridades nos tratem com mais carinho. Estão tirando meu direito de moradia”, explica.

Claudionor Alencar: “Estão tirando meu direito de moradia”/Foto: Diego Costa/TV Correio
Claudionor Alencar: “Estão tirando meu direito de moradia”/Foto: Diego Costa/TV Correio

O CORREIO telefonou para Mancipor Lopes, titular da SDU, mas ele não atendeu às chamadas telefônicas. Por outro lado, a Equatorial Energia enviou uma nota informando que a ação ocorrida na manhã desta quarta, no Bairro Infraero, trata-se do cumprimento a uma decisão judicial, que determinou que a distribuidora retirasse a instalação de energia de quatro imóveis do local.

“Segundo a decisão, essas unidades consumidoras encontravam-se dentro de uma área de propriedade federal em processo de reintegração. Dessa forma, a ação não foi deliberada pela Equatorial, que somente cumpriu a determinação da Justiça comunicada por meio de ofício”, declarou. (Chagas Filho)