Correio de Carajás

Moradores do Alto Bonito vão à prefeitura denunciar descaso com o residencial

Representantes de Associação de Moradores do bairro cobraram continuidade de obras em manifestação

Moradores do bairro Alto Bonito também estiveram presentes em manifestação na Prefeitura de Parauapebas/Foto: Juliano Corrêa

A manhã da terça-feira (3) foi de protestos em frente à Prefeitura de Parauapebas, com moradores de múltiplas localidades do município vindo à sede do executivo cobrar explicações e ações afirmativas quanto à descasos com a população.

Uma dessas representações foi a da Associação dos Moradores do Residencial Alto Bonito, que esteve no protesto reivindicando obras descontinuadas no bairro, bem como a não-entrega de títulos de propriedade à moradores contemplados no projeto, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) em parceria com a Prefeitura de Parauapebas. Jefferson Magel, membro da associação e empresário do ramo da construção civil, listou as pautas da manifestação:

“Os blocos 15, 49 e 50 estão abandonados, 140 famílias foram desalocadas de suas propriedades. Cadê o aluguel social deles? Estamos cansados de ficarmos sem explicações. Temos uma creche pronta [Escola de Educação Infantil Dalmo Tenório Nascimento Pereira] que não foi entregue, temos a obra da UBS [da Família do Residencial Alto Bonito] parada há três anos e sem respostas da administração. Os títulos definitivos [dos apartamentos do bairro] já estão aqui [em posse da PMP], por que não foram entregues? Eu não sei!”

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Jefferson continua a cobrar explicações para a série de descasos, e diz que não recebe respostas da administração pública. Em mensagem direta ao prefeito Darci Lermen, ele diz “Isso tudo está sendo guardado para ser usado como barganha política? Não sei. É um desrespeito com a população, esse disse-me-disse. Nós vamos ficar por aqui, esperando você vir falar com o povo, e quanto mais tempo demorar, vai ficar cada vez mais feio pra você”, disse o empresário.

Em documento levado à Prefeitura de Parauapebas pelos representantes da Associação dos Moradores do Residencial Alto Bonito foram cobradas estas e outras obras de infraestrutura no bairro, tais como praças com área de recreação, alimentação e esporte, uma horta comunitária, os quiosques ao lado do lago construído no bairro e a contratação de mão-de-obra local assim que a creche for entregue à população.

Jefferson Magel denuncia descaso da administração pública com moradores do bairro/Foto: Mateus Cirilo
Jefferson Magel denuncia descaso da administração pública com moradores do bairro/Foto: Mateus Cirilo

ESQUECIMENTO

O Correio de Carajás denunciou uma série de ocasiões em que a administração pública deixou de atender a população do Residencial Alto Bonito ao longo dos últimos tempos. Em agosto de 2020, o Bloco 15 do conjunto habitacional foi interditado por problemas estruturais causados pelas fortes chuvas, e 52 apartamentos foram desocupados. Segundo as alegações da Associação, o aluguel social dessas famílias tem de ser revisto por não ser o suficiente para auxiliar, de fato, na habitação dos atingidos.

Em julho, o Portal esteve na Escola Municipal de Educação Infantil Dalmo Tenório Nascimento Pereira, obra finalizada desde março de 2021, mas que não está funcionando por falta de pagamento da administração pública à JWP Magel Engenharia, empresa responsável pela empreitada. Na ocasião, a Assessoria de Comunicação da PMP afirmou que “o processo já está na Procuradoria geral do Município (PGM) para análise da legalidade jurídica”.

Também no mês de julho, a reportagem esteve na obra da UBS da Família do Residencial Alto Bonito, abandonada há três anos. O local se tornou problema de saúde pública, se tornando ponto de tráfico de drogas e outros crimes, além da vegetação existente promover o aparecimento de animais peçonhentos e insetos. A PMP informou ao Correio de Carajás que “novo processo licitatório está para que uma nova empresa possa finalizar a obra, sendo feita a devida atualização das bases orçamentárias e dos projetos”.

Na manhã desta terça-feira, a equipe procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Parauapebas, que não se posicionou até o final da tarde. (Juliano Corrêa)