Correio de Carajás

Moradores de condomínios em Marabá perdem piscina e toda área de lazer na pandemia

Condomínio Ipiranga, em Marabá, lacrou todas as áreas de lazer para evitar contaminação pelo coronavírus

Por causa da pandemia do coronavírus, muitos condomínios fechados em Marabá têm adotado medidas de segurança. Aqui na cidade, para quem não sabe, há mais de 30 prédios e condomínios residenciais fechados, ondem residem mais de 3.000 famílias. Todos esses locais têm as chamadas áreas comuns e a grande maioria espaços de lazer, com piscina, academia, parque para crianças, churrasqueiras, entre outros itens de luxo, como sauna, por exemplo.

A Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS conversou com síndicos e administradores de alguns condomínios fechados – de classe popular, mas também da classe A – que confirmaram a adoção de medidas restritivas para seus moradores e que estão seguindo as recomendações do Ministério da Saúde para evitar a contaminação da Covid-19.

Considerado condomínio Classe A de Marabá, o condomínio Green Village, na avenida Minas Gerais, bairro Nova Horizonte, também suspendeu o uso de todas as áreas em comum, como churrasqueira, espaço de eventos, brinquedoteca, e ainda a circulação em grupo, a não ser que seja família. Alguns funcionários ganharam férias para diminuir fluxo e os demais estão adotando medidas de segurança, como uso de máscara durante o horário de trabalho, além de álcool em gel.

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Segundo a administração do Green Village, todas as obras em andamento foram suspensas, e os prestadores de serviços que realmente precisam adentrar o condomínio, atualmente, precisam usar máscara,

O condomínio com a maior área de lazer de Marabá, a gestão do Residencial Ipiranga informou o seguinte à Reportagem do CORREIO: “Em razão da pandemia e em atendimento às determinações dos órgãos governamentais, o clube do Residencial Ipiranga foi fechado, inclusive todas as áreas de lazer como academia, quadras, salão de jogos e áreas de convívio. Serviços de manutenção que envolvam equipe com grande número de pessoas também foram adiados. A diretoria está acompanhando a evolução da pandemia na cidade, a fim de tomar todas as providências que forem necessárias para evitar o contágio e a progressão dos casos”.

Segundo Hugo Gonzaga, síndico do Mirante Village, na Rodovia Transamazônica, a 4 km do Aeroporto de Marabá, desde o mês de março os administradores reúnem-se periodicamente por aplicativo para discutir questões que visem à saúde e segurança de todos os moradores relacionadas ao contágio por coronavírus. Ele afirmou que estão sendo adotadas medidas internas e externas para adequação aos decretos estadual e municipal. De imediato, a primeira delas, segundo ele, foi o isolamento das áreas comuns, como piscina, salão de festa, academia e churrasqueira. “Orientamos os moradores sobre o uso de máscara e eles nos informam conforme estão sendo contagiados, como determina a lei”, garantiu.

O condomínio, segundo ele, é composto por 88 famílias, totalizando cerca de 250 moradores. Alguns são empresários, outros são informais, mas a grande maioria é composta por funcionários públicos, que passaram a ficar em casa em tempo integral. “No dia a dia, entramos em contato com moradores que já manifestaram suspeita de ter contraído o coronavírus e também os contaminados, para saber a situação de cada um. Damos apoio logístico para aqueles condôminos que estão precisando”, ressalta Gonzaga.

Eleito por dois mandatos consecutivos para o cargo, Hugo, que é cabo da Polícia Militar, observa que está sendo realizada manutenção diária das áreas comuns, apesar de não estarem sendo usadas, conforme o cronograma. “Está dando tudo certo. Os condôminos estão garantindo a quarentena, com exceção dos que são essenciais para a comunidade. A batalha é longa e complicada, mas estamos conseguindo passar por essa situação delicada”, disse ele.

Com tanta gente na quarentena em casa quase o tempo todo, o custo com consumo de água cresceu consideravelmente no Mirante Village, aumentando o consumo de energia, automaticamente. “É uma situação nova”, diz ele.

DO OUTRO LADO DA CIDADE

Valéria Vieira, síndica do Conjunto Itacaiunas, dentro do Total Ville, na saída para São João do Araguaia, disse que desde que começaram as medidas restritivas do município, a gestão daquele residencial adotou algumas delas, mas depois ampliou. Piscinas e quadras foram interditadas, reuniões sociais idem e o sinal de wifi nas áreas comuns também entrou em “off” para evitar aglomeração de moradores. Obras não emergenciais também estão proibidas no condomínio.

Residencial Itacaiunas, no Total Ville, fechou todas as áreas de lazer para prevenir disseminação do cororavírus
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Com cerca 200 famílias – totalizando 600 moradores – o Itacaiunas disponibilizou álcool gel e máscaras para colaboradores e a higienização de áreas comuns, como corredores e escadas, foi reforçada desde o início da pandemia por aqui. “Graças a Deus os condôminos aceitaram bem as novas diretrizes e as pessoas estão, de fato, dentro de casa. Raramente há alguém fazendo caminhada em área comum. Estão se isolando para proteger os outros”, observa Valéria.

Ela comemora o fato de, até agora, não ter aparecido nenhum morador com situação suspeita e nenhum deles precisou de isolamento domiciliar até o momento.

CUIDADOS REDOBRADOS NO ELEVADOR

Além do isolamento das áreas em comum, vários condomínios de Marabá estão adotando medidas de limpeza mais radicais para garantir a saúde de seus moradores. É o que garante Robert Silva, síndico de um condomínio de cinco pavimentos na Nova Marabá. Ele conta que o elevador é uma área muito delicada e que, por isso, está sendo limpo a cada duas horas durante o dia.

“Há álcool em gel no elevador e quem for subir ou descer deve ir sozinho ou apenas com moradores do mesmo apartamento. Os funcionários estão trabalhando com os equipamentos de proteção individual. O pessoal da limpeza usa máscara, luvas. Eles higienizam maçaneta e botões do elevador a cada duas horas com álcool em gel”, conta.

Na guarita, ainda de acordo com Robert, só pode ficar o porteiro de plantão. E o atendimento é sempre à distância. O pessoal da portaria atende serviço de entrega delivery e interfona para o morador, que vai até a portaria receber.

A empresa que cuida da limpeza é responsável por outros dois condomínios residenciais, além de outros quatro prédios comerciais. “Nós somos de uma área que não dá pra parar de funcionar, não dá pra um prédio de 40 apartamentos ficar sem atendimento de porteiros, ficar sem o recolhimento do lixo, a faxineira fazer a limpeza das áreas comuns. A gente tá trabalhando dentro das normas da Organização Mundial da Saúde”, destacou Cláudia Marcela, proprietária de uma empresa de conservação. (Ulisses Pompeu)