Correio de Carajás

Morador encontra possível peça de foguete de Elon Musk no Paraná

Astrônomos brasileiros acreditam que o lixo espacial faz parte do Falcon 9, da SpaceX, que fez reentrada na atmosfera no dia 8 de março

Uma parte do foguete Space X do bilionário Elon Musk foi encontrada na cidade de São Mateus do Sul, no Paraná, na última quarta-feira (16/3). Após análises, a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) conclui que a parte encontrada pode pertencer ao foguete Falcon 9.

No último dia 8, a reentrada do Space X na atmosfera pode ser vista no céu por moradores da região do Sul do Brasil. Foi a partir dessa informação que foi possível fazer a conexão entre o lixo espacial e o foguete de Musk.

Ao Correio, o observador da BRAMON, Marcelo Domingues, explicou como eles identificaram as semelhanças entre a parte do foguete e o objeto encontrado.

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“O formato das soldas são muito parecidos com os do foguete, o tamanho também é compatível, o material que é feito é muito resistente ao calor”. O local onde o objeto caiu também reforça essa possibilidade, porque, segundo os observadores, a cidade de São Mateus do Sul fica praticamente abaixo da trajetória da reentrada observada na semana anterior.

Assim, pelas análises deles, o que o agricultor e mecânico João Ricardo Pacheco encontrou pode ser a tubeira do motor Merlin 1D utilizado no segundo estágio do foguete Falcon 9 da SpaceX.

“Isso é apenas uma hipótese e ainda precisaria ser confirmado com a empresa para saber se faz parte ou não do foguete”, explicou o observador. Ele acredita ainda que deve existir algum tipo de número serial na peça que também possa comprovar se pertence ao Space X.

Semelhança entre a tubeira do segundo estágio do Falcon 9 (acima) e o objeto encontrado em São Mateus do Sul (abaixo)
Semelhança entre a tubeira do segundo estágio do Falcon 9 (acima) e o objeto encontrado em São Mateus do Sul (abaixo)(foto: Jocimar Justino / BRAMON)

 

O portal RDX do Paraná foi até o local onde o objeto caiu e relatou que o lixo espacial tem cerca de quatro metros de comprimento, o que também é compatível com a tubeira do Merlin 1D, que tinha pouco mais de três metros de comprimento.

Além disso, o BRAMON afirma que a peça é feita de uma liga de nióbio e titânio, que garante à estrutura uma resistência adicional às altas temperaturas, o que explicaria o fato dela ter resistido à reentrada atmosférica.

(Correio Brazieliense)