Correio de Carajás

Moçambique vive caos após eleição e tem ao menos 125 mortos, diz ONG

Nova onda de protestos contra o resultado das eleições presidenciais no país começou na segunda-feira (23), quando o Conselho Constitucional confirmou a vitória do candidato Daniel Chapo, com 65% dos votos.

Protesto em Moçambique contra resultado das eleições — Foto: Amilton Neves / AFP

Pelo menos 125 pessoas morreram em três dias de distúrbios em Moçambique após a confirmação da contestada vitória do candidato do partido governista nas eleições presidenciais de outubro, informou a ONG local Plataforma Decide nesta quinta-feira (26).

Na terça-feira (24), o governo havia informado que pelo menos 21 pessoas morreram em 24 horas e 24 ficaram feridas – 13 delas policiais.

Nesta quarta-feira (25), a polícia relatou que mais de 1.500 presos fugiram de uma prisão de alta segurança em Maputo e que 33 detentos morreram durante o motim.

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Com as 125 mortes contabilizadas pela ONG Plataforma Decide, o número de óbitos chegou a 252 em dois meses no país, que é uma ex-colônia portuguesa no sul da África, governada desde a independência em 1975 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

A primeira onda de confrontos ocorreu após o anúncio, em meados de outubro, dos resultados das eleições do dia 9 daquele mês. A segunda eclodiu na segunda-feira (23), quando o Conselho Constitucional confirmou a vitória do candidato da Frelimo, Daniel Chapo, com 65% dos votos.

Daniel Chapo saiu às ruas para comemorar sua vitória nas eleições após resultado ser confirmado — Foto: Amilton Neves / AFP
Daniel Chapo saiu às ruas para comemorar sua vitória nas eleições após resultado ser confirmado — Foto: Amilton Neves / AFP

Seu principal adversário, Venancio Mondlane, denunciou fraudes maciças e alertou que um “caos” poderia ser instaurado no país caso a Frelimo continuasse no poder. Segundo o Conselho Constitucional, ele obteve cerca de 24%.

Nesta quinta-feira, Mondlane acusou as forças de segurança de permitir saques e vandalismo para dar ao governo um pretexto para declarar estado de exceção e reprimir os protestos.

(Fonte:G1)