Correio de Carajás

Ministério Público debate resistência e direitos das mulheres negras em Marabá

Evento reuniu a sociedade civil para debater direitos, políticas públicas e resistência

O evento visou debater direitos e políticas públicas para as mulheres negras/ Foto: Divulgação
Por: Milla Andrade, com colaboração de Laura Guido
✏️ Atualizado em 24/07/2025 14h39

O Ministério Público de Marabá promoveu nesta quarta-feira (23), em alusão ao Dia da Mulher Negra, o encontro “Mulheres Negras: resistência, direitos e políticas públicas”. A roda de conversa contou com a participação de membros e servidores do órgão, estagiários e representantes da sociedade civil.

A atividade foi criada para proporcionar reflexões, escuta ativa e fortalecimento da luta das mulheres negras, além de destacar a importância dessas mulheres e suas múltiplas funções na sociedade. O encontro ocorreu no auditório José Luiz Brito Furtado, no prédio do Ministério Público, localizado na Cidade Nova.

Representatividade institucional

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Em entrevista à TV Correio, a promotora Jéssica Barbosa, de Canaã dos Carajás, destacou a importância do encontro. “Felicidade, festa e reflexão. O Ministério Público é construído para servir ao povo e é muito importante que essas pessoas se vejam representadas nesta instituição”, afirmou.

Jéssica Barbosa: “É importante que as pessoas se vejam representadas na instituição”/ Fotos: Diego Costa/TV Correio

Segundo a promotora, a atuação do órgão contribui significativamente na construção de possibilidades e de um futuro mais justo. “Nós precisamos dessas mulheres pretas, assim como elas precisam de nós para construir essa instituição”, completou Jéssica.

A roda de conversa contou com a participação das palestrantes Flávia Marinho Lisbôa, doutora em Letras e docente da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e Rosimayre Lima Bezerra, socióloga e mestra em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia, além de professora da rede estadual.

Como debatedoras, participaram Ana Beatriz Ferreira de Oliveira, mestra em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e atuante na formação continuada de docentes pela Diretoria de Ensino do Campo (DECAMP), e Adriz de Castro Santis, advogada e empreendedora especializada em Direito das Mulheres com perspectiva de gênero e em Direito Empresarial.

Também estiveram presentes Eric de Belém Oliveira, artista urbano multidisciplinar e ativista criativo graduado em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia pela UFPA Campus Marabá; Rayda Lima, formada em Administração e pós-graduada em Gestão Pública; e Vanda Melo dos Santos, poeta, arte-educadora popular e funcionária pública na Educação Básica.

O evento foi mediado pelas mestras Aline Lima Pinheiro e Jéssica Luiza Moreira Barbosa, atual promotora de Justiça em Canaã dos Carajás.

Importância da discussão

A socióloga Rosimayre Lima, que também conversou com a reportagem, ressaltou a relevância da discussão. “O mês de julho é dedicado à discussão da condição da mulher negra na sociedade brasileira e mundial. Como qualquer outra data, essa também é importante”, argumentou.

Para Rosimayre, a data valoriza e reconhece o lugar da mulher negra na sociedade. “É um momento de recolocar e garantir esse lugar como um ambiente de garantia histórica da mulher negra”, explicou.

Socióloga ressalta que o evento busca resultados concretos a partir dos debates/ Fotos: Diego Costa/TV Correio

A socióloga destacou ainda que a realidade dessas mulheres continua desafiadora. “As consequências do racismo têm muito mais força na vida das mulheres. A nossa presença aqui reafirma o movimento para efetivação das políticas públicas”, concluiu.

As discussões buscaram validar, em conjunto com o Ministério Público, a importância de políticas públicas que resultem em ações concretas para garantir a efetivação da política racial no município.