Correio de Carajás

Ministério Público de olho em cabide de empregos de Parauapebas

Todo mundo em Parauapebas conhece alguém contratado sem concurso público pela administração de Darci Lermen, assim como muita gente está cansada de ouvir que secretaria tal é de vereador fulano, uma referência à prática de distribuir cargos para garantir apoio político na Câmara de Vereadores e, desta forma, garantir a aprovação de quase todo projeto.

O que até então era conversa de bar, no entanto, chegou oficialmente ao prédio localizado na Rua C, no Bairro Cidade Nova, onde sentam-se os responsáveis por acompanhar e investigar, quando necessário, os mandos e desmandos dos entes públicos.

Desta forma, o promotor Mauro Messias, titular do 4º Cargo de Parauapebas, instaurou Procedimento Preparatório no início deste mês e oficiou a Prefeitura Municipal requisitando informações escritas e detalhadas do prefeito sobre os contratados e a não realização de concurso público na administração.

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O procedimento considerou denúncia de uma cidadã relatando a falta de realização de concurso para diversas áreas e a excessiva quantidade de servidores contratados, citando como exemplo auxiliares de educação infantil, analistas ambientais, técnicos em enfermagem, professores, pedagogos, auxiliares administrativos, entre outros.

Em Notícia de Fato registrada por ela, a moradora denuncia “a gigante folha de pagamento do município, onde vemos muitos servidores contratados, sendo que em muitos casos vemos cargos que nem se quer têm servidor efetivo. São centenas de contratados”, diz.

A denunciante acrescenta conhecer os relatos de que “as vagas de contrato são oferecidas como forma de compensação/pagamentos de pessoas que trabalharam com políticos da cidade em campanhas eleitorais de 2020, portanto, uma forma nada justa e leal diante à Constituição”.

Ela cita a própria situação, afirmando estar há anos aguardando concurso público, para o qual estuda em busca de melhora financeira e estabilidade. “Peço que casos como esse sejam de fato investigados e que possam (o MP) interferir para que a população geral tenha garantia de seus direitos em concurso público”.

Em resposta ao ofício encaminhado pela promotoria à prefeitura, a procuradora geral do Município, Quésia Siney Gonçalves Lustosa, afirmou no dia 10 deste mês ainda não ter obtido as informações solicitadas “apesar dos esforços” e solicitou dilação de prazo. (Luciana Marschall)