📅 Publicado em 14/11/2025 15h05
A COP30 voltou a destacar a saúde como eixo central da agenda climática nesta sexta-feira (14), durante uma coletiva de imprensa que mostrou o relatório da “Saúde e Mudanças Climáticas: Implementando o Plano de Ação em Saúde de Belém”, na conferência em Belém. O documento inédito dá sequência ao lançamento do Plano de Ação lançado no dia anterior, com informações sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde das populações e diferentes experiências sobre adaptação climática e saúde nos países.
O encontro reuniu o ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha; o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa; o chefe da Unidade de Saúde e Mudança Climática da OMS, Diarmid Campbell-Lendrum; e o diretor do Centro de Medicina Sustentável da Universidade Nacional de Singapura, Nick Watts.
A coletiva teve como foco a apresentação de dois relatórios e o avanço na implementação do Plano de Ação em Saúde de Belém, lançado pelo Ministério da Saúde como o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde. Um marco histórico da COP30.
Leia mais:Padilha reforçou que a presença do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, na abertura da conferência simboliza o reconhecimento global de que “a crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde pública”. Segundo o ministro, 60% da população mundial já vive em contextos climáticos adversos, o que pressiona sistemas de saúde e eleva riscos sanitários.
O ministro anunciou ainda que instituições filantrópicas devem aportar até R$1,5 bilhão para apoiar ações do Plano de Belém. O governo federal, por sua vez, prevê investimentos de R$ 4 bilhões para fortalecer o SUS diante dos impactos climáticos, com foco em regiões mais vulneráveis. Os recursos devem financiar desde a expansão de serviços como a telesaúde até a criação de UBS adaptadas a extremos climáticos, além de ações contra secas, queimadas e enchentes.
A implementação do plano já conta com 68 países envolvidos, compartilhando estratégias, políticas públicas e mecanismos de participação social para adaptação climática e fortalecimento da resiliência em saúde.
Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, reforçou que a saúde é o setor que mais sente os efeitos das mudanças climáticas e lembrou que cerca de 360 mil pessoas morrem todos os anos nas Américas por causas associadas ao clima. Ele destacou ações de mitigação já em curso, como reformas apoiadas pelo Reino Unido em países do Caribe, e mencionou que 12 mil profissionais de saúde no continente já foram formados em estratégias de enfrentamento climático.
As falas dos representantes internacionais reforçaram o caráter global e colaborativo do Plano de Belém. A OMS destacou que o documento muda o patamar da discussão ao apresentar ações concretas para que os países construam sistemas de saúde mais resilientes e comunidades mais protegidas em um mundo em rápido aquecimento. Pesquisadores presentes, como Nick Watts, ressaltaram o papel da inovação, da produção sustentável e da saúde digital como pilares para fortalecer cadeias de suprimentos e garantir respostas rápidas a eventos extremos.
O Plano de Belém está estruturado em três eixos: vigilância e monitoramento climático em saúde; políticas e capacidades baseadas em evidências; inovação, produção e saúde digital. Vale ressaltar que todos são sustentados pelos princípios de equidade, justiça climática e participação social.
Com apoio da OMS e da OPAS, o Brasil pretende ampliar a adesão internacional ao plano, consolidando Belém como a nova referência mundial no debate sobre clima e saúde.
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