Correio de Carajás

Mexicana vence Miss Universo após escândalo e insulto de organizador

Fatima Bosch virou favorita na disputa após manter-se firme enquanto era humilhada em evento pelo diretor do concurso na Tailândia

A Miss México Fatima Bosch (centro) é coroada durante a celebração da vitória no concurso Miss Universo 2025 na Tailândia. 21/11/2025 - (Lilian Suwanrumpha/AFP)
✏️ Atualizado em 21/11/2025 12h40

Representante do México no concurso, Fatima Bosch foi coroada Miss Universo nesta sexta-feira, 21, após uma competição marcada por escândalos e uma reviravolta: ela tornou-se a favorita após ser insultada no palco pelo diretor da competição, que ocorreu na Tailândia, Nawat Itsaragrisil.

A humanitária e voluntária de 25 anos foi coroada pela vencedora do ano anterior, Victoria Kjær Theilvig, da Dinamarca.

O Miss Universo é conhecido como o “Super Bowl” dos concursos de beleza e atrai milhões de telespectadores todos os anos. As candidatas de cada país são selecionadas por meio de concursos locais.

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A tailandesa Praveenar Singh ficou em segundo lugar, com Stephany Abasali, da Venezuela, Ahtisa Manalo, das Filipinas, e Olivia Yacé, da Costa do Marfim, completando o top 5.

A anfitriã Tailândia possui uma indústria vibrante e lucrativa de concursos de beleza, com uma das maiores bases de fãs da Ásia, ao lado das Filipinas.

A polêmica
Várias candidatas ao Miss Universo abandonaram um evento do concurso no início de novembro, em solidariedade à representante do México após uma discussão entre ela e Nawat Itsaragrisil. O bate-boca teve início depois do diretor repreender Fatima Bosch na frente de todas as participantes por não ter publicado conteúdo promocional.

Em diferentes momentos, Bosch rebateu os comentários de Nawat, que então ordenou que ela se calasse. O tailandês, em tom arrogante, perguntou à mexicana o porquê de ter levantado e de ter continuado acontrariar as ordens. Ela respondeu: “Porque eu tenho uma voz”. Ele voltou a pedir que a candidata o respeitasse, embora a miss não tenha sido agressiva ou grosseira.

Bosch continuou o enfrentamento, afirmando que Nawat não a estava “respeitando enquanto mulher”. Pouco depois, o diretor ameaçou desqualificá-la. A mexicana, então, deixou o recinto e uma série de candidatas se levantam em sinal de apoio. “Se alguém quiser continuar a competição, sente-se. Se você sair, as outras meninas continuam”, bradou Nawat, ignorado pelas candidatas.

A discussão foi transmitida ao vivo. Após deixar o evento, Bosch disse à imprensa que o executivo de 60 anos “não foi respeitoso” e que a havia chamado de “burra”, uma declaração confirmada por outrastestemunhas. Ele, contudo, negou a acusação e alegou que a mexicana confundiu “burra” com “danos” (“dumbhead” com “damage”, em inglês). De todo modo, pediu desculpas, “especialmente às meninas que estàs meninas que estavam presentes, cerca de 75 delas”.

A Organização Miss Universo (MUO, na sigla em inglês), por sua vez, condenou o comportamento “malicioso” do diretor. Em vídeo, o presidente da MUO, Raul Rocha, disse que Nawat tinha “esquecido o verdadeiro significado do que é ser um anfitrião genuíno”. Ele disse que o tailandês “humilhou, insultou e demonstrou falta de respeito” a Bosch, além do “grave abuso de ter chamado a segurança para intitimidar uma mulher indefesa”.

Rocha também informou que a participação de Nawat seria “limitada ao máximo” ou eliminada e que “medidas legais” seriam tomadas contra ele.”

Gostaria de reiterar que o Miss Universo é uma plataforma de empoderamento para as mulheres, para que suas vozes possam ser ouvidas no mundo”, acrescentou Rocha.

Racismo e “manipulação de resultados”
Entre outras controvérsias, a Miss Universo 1996, Alicia Machado, foi criticada por fazer comentários racistas em uma transmissão ao vivo no Instagram sobre o inc…

Ela se referiu ao diretor do concurso como “aquele chinês desprezível” e, quando um usuário apontou em comentário na live que ele era tailandês, a miss respondeu: “Chinês, tailandês, coreano. Para mim, todas essas pessoas com olhos puxados como os dele são chinesas”, enquanto usava os dedos para puxar os cantos dos olhos para cima.

Além disso, dias antes da coroação da vencedora, dois jurados renunciaram abruptamente à competição, um por “motivos pessoais imprevistos”, o outro acusando o Miss Universo de ser manipulado. O compositor Omar Harfouch afirmou no Instagram que deixou o júri de oito membros porque havia um outro grupo secreto, paralelo e “improvisado” que já tinha pré-selecionado as 30 finalistas antes da última fase do concurso.

“Eu não poderia ficar diante do público e das câmeras de televisão, fingindo legitimar uma votação da qual nunca participei”, disse Harfouch em um comunicado.

A MUO negou as acusações afirmou que elas “distorcem” o processo de julgamento.

“A Organização Miss Universo esclarece categoricamente que nenhum júri improvisado foi criado, que nenhum grupo externo foi autorizado a avaliar as candidatas ou selecionar as finalistas, e que todas as avaliações do concurso continuam a seguir os protocolos estabelecidos, transparentes e supervisionados da MUO”, afirmou um comunicado.

(Fonte: VEJA)