Um dos tratamentos mais populares para a queima de gordura localizada, a mesoterapia pode oferecer riscos à saúde, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A terapia para gordura localizada aplica o deoxicolato de sódio nas células de gordura, tornando-as mais fluídas. Assim, a gordura acaba sendo reabsorvida pelo fígado, metabolizada e eliminada pelo organismo, por meio das fezes e urina, ou até mesmo sendo usada como energia.
Uma pesquisa em desenvolvimento por médicas e nutricionistas da UFF mostra, no entanto, que a substância pode provocar reações como inflamação local, aumento do colesterol e do peso do coração, além de lesões no local da aplicação.
Leia mais:A investigação de doutorado recém-apresentada estudou procedimentos realizados em camundongos que simulam o que ocorre em clínicas de estética. As aplicações ficam sempre entre 3 mm e 8 mm de espessura da pele. Embora os testes tenham conseguido comprovar que efetivamente a mesoterapia pode ajudar a queimar gordura, eles mostraram também as consequências negativas do processo.
“Essa perda de gordura envolve processos de inflamação e outros que são naturais. Contudo, também estamos observando as consequências. Afinal, para perder a gordura localizada em determinada região, ela se desloca e pode afetar outra parte do corpo”, comenta a pesquisadora Thereza Bargut, uma das professoras que orientou o estudo, em entrevista ao site da UFF.
Risco aumentado da mesoterapia
As pesquisadoras descobriram que as maiores doses de deoxicolato de sódio usadas influenciam a perda de gordura acumulada, mas também aumentam os riscos para a sáude. Uma nova rodada de pesquisas está sendo realizada com camundongos com diferentes hábitos alimentares.
No caso de animais com dieta mais rica em açúcares, os estudos preliminares mostraram que o uso do deoxicolato de sódio pode estar relacionado ao aumento do volume do coração, o que é fator de risco para desenvolvimento de doenças cardíacas.
Além disso, a aplicação do deoxicolato ocasionou inflamação local e a formação de cicatrizes e nódulos no tecido de gordura dos animais, especialmente quando foi realizada múltiplas vezes. A pesquisa aponta que, quanto pior o estilo de vida da pessoa que faz o procedimento, maiores as chances de consequências negativas.
“Quando injetamos a substância várias vezes ao longo do tempo, ocorre a destruição do tecido e a deposição de colágeno no local para a cicatrização, formando esses nódulos mais duros”, aponta a co-orientadora do estudo, Caroline Feranandes.
(Fonte: Metrópoles)