Correio de Carajás

Mesmo sem inauguração, túnel é usado e recebe elogios de estudantes

Mesmo sem estar inaugurado o túnel já é utilizado pela população e por estudantes de escolas da circunvizinhança

Apesar de ainda não ter sido inaugurado oficialmente, o túnel já é utilizado por diversos pedestres, principalmente estudantes

Quem passa pelas vias marginais da BR-230 (Rodovia Transamazônica) já deve ter notado um colorido diferente no exterior da passagem de pedestres que interliga as Folhas 32 e 33. É uma bela pintura executada por Bino Sousa, artista plástico marabaense. A arte marca os ajustes finais para que a vereda seja, enfim, inaugurada.

O artista plástico Bino Sousa embelezou as duas entradas do túnel

Na quinta-feira (21), a reportagem do Correio de Carajás procurou o setor de engenharia da Secretaria de Viação de Obras Públicas (Sevop) para entender alguns detalhes sobre a obra.

O principal questionamento foi sobre a iluminação interna do local. Neste caso, ela será feita de maneira refletiva, ou seja, serão colocados dois refletores de cada lado do local. Eles irão focar no lado interno do túnel e a própria pintura vai contribuir para a propagação da luz de um lado para o outro.

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Essa alternativa foi escolhida porque, anteriormente, a Sevop fez uma tentativa de colocar a iluminação no interior da passagem, mas o material utilizado (fiação etc) foi furtado.

APROVADO POR ESTUDANTES

O jovem Samuel Paiva, de 15 anos, cursa o 1º ano do Ensino Médio na Escola O Pequeno Príncipe, em conversa com a reportagem do CORREIO, o garoto garantiu que o túnel é uma alternativa segura para os alunos que precisam atravessar de uma folha para a outra.

“Antes dessa passagem, quando a gente ia atravessar a rodovia no horário de meio dia era muito movimentado, uma dificuldade muito grande e perigoso de passar por causa de acidentes. Agora a gente pode passar aqui em qualquer horário que é seguro”, compartilha.

Samuel disse que acompanha treinos noturnos do time da escola e em tom elogioso, aprovou a segurança que o acesso oferece no período da noite.

O jovem Samuel elogiou a obra e garantiu que se sente mais seguro com a nova passagem

DETALHES

Com 32,66 metros de comprimento, o túnel é uma opção para os transeuntes que precisam se locomover a pé entre os dois bairros. Dessa forma, será possível que eles evitem a passagem pela rodovia, diminuindo o risco de acidentes na pista. Os grandes beneficiados serão estudantes das escolas O Pequeno Príncipe, na Folha 32, e Escola Duque de Caxias, na Vila Militar Presidente Castelo Branco.

Estruturalmente, o túnel conta com escadas e rampa de acessibilidade de ambos os lados; grama e árvores foram plantadas. Detalhes que, somados à obra de Bino Sousa, dão à passagem um visual atrativo e descolado.

NOVO AFUNDAMENTO

Durante a produção da reportagem, a equipe do Correio de Carajás identificou um novo afundamento em um trecho da rodovia que está acima do túnel. O desnível está localizado no meio das vias, no sentido KM 6.

O CORREIO procurou o setor de engenharia da Sevop para saber se eles já identificaram o problema e como será corrigido, entretanto, até o fechamento desta matéria não recebemos retorno.

No centro da rodovia é possível notar um novo afundamento na pista sentido KM 6

HISTÓRICO CONTURBADO

A obra da passagem iniciou há mais de um ano, em setembro de 2023, com a realização da drenagem das duas marginais. Na sequência foi realizada a escavação do túnel, que utilizou uma tecnologia não destrutiva, onde não foi necessário cortar a pista e interromper o trânsito da rodovia.

Em junho de 2024 o Correio de Carajás registrou um afundamento na BR 230

Em março de 2024, uma reportagem do Correio de Carajás registrou uma erosão na obra, causada pelas chuvas daquele período. O contratempo climático foi apontado como um dos motivos para o atraso na entrega da obra, que tinha previsão de duração de 45 dias, com custo de R$ 2,5 milhões.

Alguns meses depois, em junho, a reportagem do Correio de Carajás noticiou um afundamento na rodovia, no exato trecho da execução do túnel. Naquela época, a reportagem conversou com o engenheiro civil Carlos Eduardo Rodrigues, responsável técnico pela obra. Ele chegou a identificar uma fissura e ponderou a necessidade de uma avaliação mais profunda, feita por uma equipe técnica para avaliar a extensão dos danos.

Em nota, a Prefeitura de Marabá informou estar ciente da situação e que medidas foram tomadas para garantir a segurança e integridade da infraestrutura.

(Luciana Araújo)