Correio de Carajás

Mesmo com registro cassado no DF, Dr. Bumbum poderá atender se for solto

Mesmo tendo o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do Distrito Federal, o médico Denis Furtado – conhecido como Dr. Bumbum – ainda pode atender. Ele só ficará impedido de exercer a medicina definitivamente se a cassação for confirmada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com o assessor jurídico do CRM, Marco Antônio Medeiros e Silva, cabe recurso contra a cassação dentro do próprio órgão. Portanto, o processo ainda não foi encaminhado ao CFM.

“Ainda há espaço para a ampla defesa e o contraditório. Agora, se o registro for cassado de vez, não tem volta. Ele não poderá mais exercer a medicina no país.”

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Não há prazo para que o conselho federal analise o caso.O CFM informou que não pode “agir de ofício” e cassar o registro de um médico. Antes, o processo precisa ser concluído pelo CRM local.

O registro de Dr. Bumbum foi cassado na última quinta-feira (19), devido a um processo iniciado em 2016, em Brasília. A decisão, porém, só foi anunciada pelo conselho do DF cinco dias depois da morte da bancária Lilian Calixto após um procedimento estético realizado no Rio de Janeiro.

No processo de 2016, fiscais constataram que ele fazia procedimentos sem a devida higienização (como macas sem lençol descartável) e apresentava fotos de “antes e depois”, o que é proibido na profissão.

Na época, o CRM cassou o registro dele de forma cautelar – ou seja, antes de o processo chegar ao fim, devido à gravidade das denúncias. Três meses depois, o médico conseguiu reverter a decisão na Justiça Federal.

Procurada nesta segunda-feira (23), a defesa de Dr. Bumbum afirmou que ele vai recorrer da cassação.

O médico foi preso na quinta-feira, ao ser encontrado por policiais militares em um centro empresarial na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele passou quatro dias foragido.

Dr. Bumbum foi inidiciado pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, após um procedimento estético na cobertura de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Sem especialização

Para atuar como cirurgião plástico – como fazia o Dr. Bumbum –, a residência é obrigatória. São dois anos trabalhando como cirurgião geral e mais três anos fazendo apenas plástica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Bumbum não é especialista e realizava os procedimentos em local inadequado, como o que supostamente matou Lilian Calixto.

Um ex-chefe de Furtado afirmou que, apesar de se identificar como cirurgião plástico, ele se recusava a fazer residência ou qualquer outra especialização para exercer a medicina.

(Fonte:G1)