A Polícia Civil de Marabá deflagrou, no último sábado, 25, durante todo o dia, a primeira fase da operação denominada “Salutar” com objetivo de reprimir crimes contra a saúde pública, as relações de consumo, a ordem tributária e associação criminosa, com ramificações em outros estados da federação.
Leia mais:A operação policial consistiu no cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão em três laticínios clandestinos, conhecidos por “queijeiras” ou “boquetas”, na zona rural de Marabá, respectivamente às proximidades dos PA’s Maravilha, Cupu e Bandeirante, todos na Estrada do Rio Preto.
A operação policial foi realizada em conjunto com auditores fiscais federais do Ministério da Agricultura, lotados no SIF (Serviço de Inspeção Federal), responsável por exercer as atribuições de vigilância sanitária federal.
Nos locais, os policiais civis e auditores federais do Ministério da Agricultura depararam-se com cenários deploráveis em que peças de queijo eram produzidas e estocadas sem as mínimas condições de higiene, em ambiente repleto de moscas, fétido, imundo, úmido e sem refrigeração. Ainda nesse cenário de penúria e desrespeito atroz aos consumidores, alguns se destacaram pela livre circulação de porcos e galinhas no local de produção e estocagem dos produtos, além de animais mortos e vestígios de fezes de gado no local.
As autoridades apuraram que após a produção do queijo, este era comercializado em grande escala de forma clandestina e transportado, sobretudo para outros estados da federação, de forma velada, burlando a fiscalização policial, fiscal e sanitária. No ano passado, uma carga de 8 toneladas de queijo destes mesmos investigados foi apreendida pela Polícia Civil de Marabá sendo conduzida em um caminhão boiadeiro de transporte de gado em meio a fezes de bovinos, ensejando a prisão em flagrante dos responsáveis e a inutilização dos produtos.
Como resultado da primeira fase da operação Salutar, aproximadamente 17 toneladas de queijo impróprio para o consumo foram apreendidas, sendo a carga condenada e encaminhada para destruição pelos fiscais sanitários.
Há fortes indicativos de que grande parte da produção é comercializada para outros estados da federação e “esquentada” fraudulentamente por meio de emissão de notas fiscais frias e colocação inadequada de selos de autorização sanitária com a finalidade de enganar a fiscalização e o consumidor final.
A ação policial-sanitária contou ainda com a participação de servidores do Departamento de Postura da Prefeitura de Marabá e outras autoridades municipais, que apoiaram toda a logística da operação, sobretudo com os caminhões necessários para transporte de toda a carga aprendida. Todos os produtos apreendidos foram levados para o Aterro Sanitário Municipal para descarte e inutilização do material de forma adequada e ambientalmente correta.
As autoridades ressaltam que a operação policial-sanitária é desenvolvida com objetivo de desarticular esquema criminoso, constituído por indivíduos que visam ao lucro a qualquer custo, pois comercializam produtos evidentemente impróprios ao consumo humano e desenvolvem suas atividades com absoluto desrespeito à saúde pública, ignorando princípios basilares das boas práticas comerciais, boa-fé e dignidade humana. (Fonte: Ascom Polícia Civil)