As Forças Armadas da Ucrânia comunicaram na última segunda-feira, 9, a realização de uma cirurgia bem-sucedida para retirar uma granada não detonada do tórax de um soldado ucraniano. O procedimento foi realizado por médicos-militares na presença de bombeiros para garantir a segurança da equipe médica, já que existia o risco de explosão.
“A operação foi realizada por um dos cirurgiões mais experientes [das Forças Armadas da Ucrânia], Major General Andrew Willow sem eletrocoagulação, pois a granada poderia detonar a qualquer momento”, escreveu o gabinete de comunicação das Forças Armadas no Twitter. “Felizmente, tudo correu bem – o ferido já foi encaminhado para reabilitação e recuperação.”
“Nem todas as feridas na área do coração são mortais!” comemorou a vice-ministra da Defesa do país, Hanna Maliar, em seu facebook. “Médicos militares realizaram uma operação de retirada de uma granada VOG, que não explodiu, do corpo do soldado.”
A granada era uma VOG-25, que tem 40 milímetros e foi projetada para ser disparada de lançadores de granadas acoplados a fuzis de assalto. Elas podem alcançar as forças inimigas a 400 metros de distância, segundo o site da empresa estatal russa Rosoboronexport, que exporta artigos militares.
Não ficou claro como que a munição foi parar dentro do tórax do soldado.
Batalha por Soledar
Os combates entre as forças ucranianas e russas continuam na cidade de Soledar, anunciou o Ministério russo da Defesa nesta quarta-feira, 11, poucas horas depois de o grupo mercenário Wagner ter afirmado que assumiu o controle dessa cidade do leste da Ucrânia, o que Kiev nega.
Soledar, antes conhecida por suas minas de sal, está localizada perto da cidade de Bakhmut, que as tropas russas tentam conquistar há meses. A conquista de Soledar pelas forças russas significaria uma vitória militar simbólica para Moscou, após vários reveses no terreno desde setembro.
“Unidades aerotransportadas bloquearam as zonas norte e sul de Soledar. As forças russas estão atacando os bastiões inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade”, disse o ministério, em um comunicado.
Em entrevista à AFP nesta quarta, o conselheiro da Presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, afirmou que os combates pelo controle de Soledar e de Bakhmut, no leste, são os mais sangrentos já travados pelas forças russas e ucranianas desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. “Tudo o que está acontecendo hoje em Bakhmut, ou Soledar, é o cenário mais sangrento desta guerra”, disse ele.
Impasse no front
“Muito sangue, muitos duelos de artilharia, muito combate de contato, sobretudo hoje, em Soledar”, relatou, observando que este é, no momento, o ponto mais quente da guerra.
Segundo Podoliak, as perdas militares russas são enormes, e “o Exército ucraniano também está perdendo tropas”. Sem mencionar as baixas ucranianas, ele estimou que os russos perderam “de 10.000 a 15.000 soldados, talvez mais” nesta área, desde o verão.
O conselheiro pediu ao Ocidente mais entrega de armas, especialmente mísseis de longo alcance, dizendo que somente eles garantirão a vitória ucraniana na guerra, e prometeu que os sistemas não serão utilizados para atacar o território russo.
Os ucranianos já utilizam os temidos sistemas americanos HIMARS (de 80 km de alcance) e acabam de receber seu equivalente francês, os lançadores de mísseis LRU, de 70 km de alcance. Reivindicam, porém, os mísseis americanos ATACMS, que chegam a 300 km.
(Fonte: Estadão/AFP)