Correio de Carajás

Medicina deverá começar em 2024 na Unifesspa

Anúncio foi realizado pelo reitor Francisco Ribeiro durante a comemoração do aniversário da instituição; previsão é de vestibular já no final deste ano

Como um bom aniversário, não poderia faltar o bolo e os parabéns/Fotos: Evangelista Rocha

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) pretende iniciar as aulas do curso de medicina, já aprovado pelo Ministério da Educação, a partir de 2024. A intenção da instituição é realizar o vestibular para preenchimento de vagas até o final de 2023. O importante anúncio foi feito à reportagem do CORREIO na noite desta segunda-feira (5) pelo reitor Francisco Ribeiro, durante as comemorações dos 10 anos da instituição, na Unidade III do campus de Marabá.

De acordo com Ribeiro, neste momento, a reitoria discute com o ministério a forma como o curso será instalado, além da criação também de um hospital universitário.

O reitor lembra que na data da criação da Unifesspa, em 2013, eram 16 cursos. Atualmente, são 43 graduações nos cinco campi – em Marabá, Rondon do Pará, Xinguara, São Félix do Xingu e Santana do Araguaia –, além de 13 cursos de pós-graduação a nível de mestrado.

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Outra novidade importante anunciada durante o evento foi a aprovação do primeiro doutorado, em parceria com a Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal – Bionorte. “Fazemos parte agora de um doutorado em rede com as universidades federais da Amazônia e outras do Brasil. Isso é uma vitória pra região e, em breve, teremos mais outros doutorados”, adianta, citando a previsão de um curso pelo Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) e outro pela Faculdade de História. Este último, explica, deverá ser o primeiro fora de sede, pois a previsão é de instalação no campus de Xinguara.

A comemoração não parou por aí. O reitor destacou, ainda, que nesta segunda a Unifesspa recebeu a notícia de que o Curso de Ciências Naturais de Ciências Sociais recebeu nota 5 em avaliação do MEC. “Foi um presente”. De acordo com ele, anos atrás o curso foi avaliado com a nota mínima, ou seja, dois. De lá para cá, a universidade se readequou, com apoio de professores, técnicos e alunos. “Quando a avaliação começou, na semana passada, nós cumprimos todos os critérios”, comemora, informando terem sido sanadas todas as questões necessárias para que o curso seja considerado de excelência. “Ciências Sociais hoje é considerado um dos melhores cursos do Brasil, não só do estado do Pará, não só da Amazônia, mas do Brasil”.

Francisco Ribeiro anunciou também o primeiro doutorado da Unifesspa

Agora, adianta, a briga da Unifesspa é pela criação de mais um campus, desta vez em Canaã dos Carajás, com pelo menos quatro cursos iniciais.

“Somos uma universidade inteiramente em uma zona de fronteira, fora dos grandes centros, isso tem um significado, um simbolismo muito grande”, observa, lembrando que a instituição está perto de formar cinco mil pessoas. “Estamos chegando num número simbólico, cinco mil vidas transformadas pela educação superior, a nível de graduação e pós-graduação. Isso faz uma diferença muito grande pra esta região”, finaliza.

Um exemplo do simbolismo dessa universidade na inclusão dos povos indígenas. Regiane Guajajara, representante dos povos tradicionais, destaca ser perceptível, ao longo da década, a evolução dessas comunidades no ensino superior. “Fizemos a Unifesspa ser hoje uma universidade plural, que acolhe todos os povos tradicionais que habitam a região. Isso é um marco histórico e tenho orgulho de dizer que faço parte dessa história”, disse emocionada.

Caed Alves, representante da categoria dos discentes, discursou também enaltecendo a pluralidade da Unifesspa. “A minha cor é preta e eu sou universidade. Aqui dentro tem quilombola e é universidade. Aqui dentro tem indígena e é universidade. Aqui dentro tem camponês e é universidade. Aqui dentro tem LGBTQIA+, professor e aluno, e é universidade. Aqui dentro tem mulheres, a quem há muito foi negado educação, e é universidade. Hoje, universidade está aqui dentro. Esses muros sem nós não seriam nada. Nós somos a Unifesspa. Completamos 10 anos porque permanecemos de pé”, disse, sendo aplaudido de pé.

Cerimônia teve coral, bolo e parabéns

 

A cerimônia de comemoração dos 10 anos da Unifesspa iniciou no final da tarde no auditório da Unidade 3, localizada no Cidade Jardim.

Dando início à celebração, o Coral da Unifesspa, composto por servidores, docentes, discentes e comunidade em geral, deu um show de musicalidade. O grupo é parte de uma ação permanente de extensão, promovida pela Pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis (PROEX), e tem o objetivo de estimular a integração entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa como um agente transformador social.

Após isso, foram apresentados dois vídeos sobre os 10 anos da universidade, um feito em conjunto com outras três universidades que comemoraram neste dia 5 de junho seus 10 anos, e o outro produzido pela Unifesspa, contando um pouco da sua trajetória até os dias atuais.

Após as falas dos representantes da universidade, do Poder Legislativo e Executivo, os convidados foram encaminhados ao hall do novo prédio onde foi cantado o tradicional parabéns em frente ao bolo e servido um coffee break.

(Ana Mangas)