Correio de Carajás

Marca do Pará usa caroço de açaí para fabricação de tênis

Com o apoio das comunidades ribeirinhas e indígenas da região de Castanhal, no Pará, a marca aposta na sustentabilidade e na inovação

Foto: Divulgação

Nos últimos anos, a moda com o viés consciente se torna cada vez mais presente. A marca Seringô é um exemplo, e oferece uma alternativa para o mercado de calçados que respeitam a natureza. Paraense, a etiqueta se autodenomina como um “negócio social” que une tradição e inovação ao utilizar resíduos do caroço de açaí e latex nativo em tênis sustentáveis.

Seringô

A Seringô faz parte de um movimento que pretende não só preservar a floresta, como também garantir dignidade e renda para as comunidades ribeirinhas e indígenas da região de Castanhal, em Belém, no Pará. A marca aposta na utilização do encauchado, uma espécie de borracha natural extraída diretamente nos seringais da floresta.

Desenvolvida ao longo de duas décadas, a tecnologia combina os saberes tradicionais com as pesquisas acadêmicas com o objetivo de criar produtos inovadores e 100% sustentáveis. A união resulta em uma linha de calçados que se destaca por diferenciar tanto pela responsabilidade ambiental quanto pelo design moderno.

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A etiqueta tem como propósito unir a sustentabilidade com a inovação.

Na imagem com cor, tênis feito com caroço do açaís da Seringô - Metrópoles

Tênis feito com caroço de açaí

Confeccionados a partir da mistura de borracha natural com fibras do caroço de açaí, os tênis são feitos em processo artesanal. Cada modelo tem um toque individual, como a pintura livre que confere um charme às peças e exalta a beleza da Amazônia. A produção é feita por meio do projeto Marajó Sustentável.

A iniciativa promove um extrativismo responsável ao mesmo tempo que gera renda e oportunidade para as famílias da região. Nas redes sociais, a marca ressalta que “o seringueiro é o nosso grande guardião da floresta”, como uma forma de reforçar a importância da presença dessas comunidades para inibir a exploração predatória.

Além disso, a Seringô capacita os produtores locais a criarem os próprios itens. O Polo Probio, que atua em parceria com a marca, permite que os profissionais possam competir no mercado sem precisar vender a matéria-prima a preços baixos para a indústria.

A Seringô é um exemplo de como a indústria da moda pode ser uma aliada na luta contra as crises climáticas e ambientais. Adotar medidas que respeitem a preservação do meio ambiente e valorize os povos originários é um caminho a se investir.

(Fonte: Metrópoles)