Neste domingo (3), 247 mil estudantes do Pará partem para um dos maiores desafios do ano: o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Em jogo está muito mais que uma prova, é o passaporte para o ensino superior, o trampolim que os alunos esperam usar para alcançar a universidade e, com ela, novas possibilidades.
Em duas datas — 3 e 10 de novembro — esses candidatos, em salas espalhadas pelo Brasil, vão encarar questões de Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e a temida redação. Em Marabá, o curso preparatório Einstein aquece os motores dos vestibulandos para a grande maratona.
Neste cenário de expectativa e preparação, cada estudante sabe que o ENEM é mais que uma prova. É uma maratona que exige preparo físico, psicológico e emocional. E, para esses candidatos, a meta é clara: cruzar a linha de chegada com a aprovação.
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Para Judrielle Dias, diretora e professora de biologia no Einstein, o treino não é só uma preparação técnica; é também um jogo de resistência. “A gente trabalha com simulados mensais, inclusive aos domingos, para que o aluno já sinta o clima e se adapte ao ritmo da prova. Além de entender o que o ENEM realmente quer: não é só o acúmulo de pontos, mas uma estratégia completa.”
Judrielle também garante uma regra de ouro: chegar no horário. “Aqui no Einstein, não tem isso de atrasar. Se o aluno treina para chegar antes do fechamento dos portões nos simulados, a chance de erro no grande dia é quase nula”, afirma.
Ela aproveita para deixar um último lembrete aos candidatos: “Não deixem para conhecer o local da prova no último minuto; visitem com antecedência. Levem uma caneta preta transparente, água e um lanche leve. E o mais importante: mantenham a calma. A universidade está esperando por vocês.”
SONHO EM COMUM
Na sala de aula do cursinho, um ambiente que pulsa ansiedade, a estudante Jennifer Luana, de 20 anos, se destaca entre os colegas que compartilham um sonho comum: a tão almejada vaga em Medicina. Em seu terceiro ano de preparação, ela sabe que o caminho não é fácil. “Não é só a prova, é a pressão de querer passar e o medo de errar”, desabafa, o olhar fixo em um ponto distante, como se as lembranças das noites sem dormir e dos livros abertos em cima da mesa a perseguissem.
A vestibulanda valoriza a experiência proporcionada pelo cursinho Einstein, que vai além do conteúdo acadêmico. “Aqui, aprendi a lidar com a minha ansiedade. Estar rodeada de outros colegas com o mesmo sonho ajuda muito a diminuir a tensão”, reflete, sorrindo ao lembrar dos momentos de apoio mútuo e das amizades que se formaram em meio ao desafio.
O cursinho, para Jennifer, é um porto seguro, um espaço de acolhimento onde as inseguranças se dissipam em meio a tantas histórias como a sua: “Sinto que não estou sozinha nessa jornada. Temos uns aos outros, e isso faz toda a diferença na minha trajetória”, conta.
Ao seu lado está Andrey Barbosa, de 19 anos, que compartilha da mesma ambição. Para ele, a Medicina não é apenas uma carreira, mas uma forma de retribuir à sua comunidade. “Quero fazer Medicina para ajudar a região, que precisa de bons profissionais de saúde. É um curso concorrido, mas o meu preparo me deixa mais confiante”, afirma.
Andrey também reconhece que a redação pode ser o ponto-chave para abrir portas em sua trajetória. “Se a redação tocar em temas atuais como a inteligência artificial ou desigualdade, vai abrir espaço para muita reflexão e para mostrar a realidade em que vivemos”, observa, consciente do papel que a escrita pode desempenhar na construção de um mundo mais justo.
(Thays Araujo)