Atletas marabaenses têm sido destaques no cenário esportivo estadual e nacional (com ou sem deficiência). É o caso de Gilberto Ferreira, muito conhecido em Marabá pelo seu trabalho como professor de educação física e criador do grupo de corridas Viva+. Mas ele deu um passo a mais em outra modalidade esportiva célebre no país, sendo um dos convocados para representar o Brasil e competir no mundial de karatê.
O torneio vai ser realizado em Miami, Estados Unidos, entre os dias 7 e 8 de outubro, mas a jornada de Gilberto começa muito antes disso, ainda em terras marabaenses.
O custo da viagem é alto e o atleta corre contra o tempo para conseguir os R$ 13 mil necessários para, enfim realizar, o sonho de competir com os melhores do mundo (e quem sabe ficar entre os 10 primeiros). O montante é calculado a fim de suprir as despesas com passagem, hospedagem e alimentação nos Estados Unidos, mas não é só isso.
Leia mais:Na próxima segunda-feira, 2, a Seleção Brasileira de Karatê irá ao consulado americano em Brasília, para realizar os trâmites para emissão do visto. Parte dos R$ 13 mil será usada para custear as despesas relacionadas a esse processo.
Caso dê tudo certo, o carateca embarca na terça-feira, 3, rumo a Miami.
Cerca de 30 atletas integram a Seleção, representando diversos estados do país, como São Paulo, Santa Catarina, Brasília e Pará (Gilberto não é o único).
SONHO REAVIVADO
“Eu recebi a convocação da Seleção Brasileira devido alguns resultados que nós tivemos ano passado e esse ano, com o karatê”, conta Gilberto Ferreira, em entrevista ao Correio de Carajás.
Há cerca de 10 meses, ele participou de uma competição intermunicipal em Parauapebas e quem também estava por lá era um dos diretores técnicos da Seleção.
“Nessa competição eu fui campeão em duas categorias. Eles (Seleção) entraram em contato com a gente, falando bem do nosso trabalho e depois disso eu recebi uma ligação de um dos presidentes da Confederação Brasileira, falando que o nosso nome estava sendo ventilado lá para representar o Brasil nessa competição”. Segundo ele, esse tipo de convocação é a mais difícil de acontecer.
Representar o Brasil em uma competição mundial é uma oportunidade que enterra a frustração que Gilberto sentia desde 2009, quando foi campeão brasileiro de karatê e vice-campeão sul-americano. Apesar de ter garantido uma vaga na Seleção, ele não teve recursos financeiros para participar. Se tivesse ido, sua meta era ficar entre os 10 melhores, objetivo que pode ser alcançado agora, 14 anos depois.
O campeonato aconteceu na Alemanha e o campeão mundial foi o competidor que disputou com ele o nacional e que, naquele momento, terminou em segundo lugar.
“Foi até uma das coisas que me desagradaram um pouco com o esporte e eu deixei um pouco mais de lado. Antes eu era um atleta full time, vivia para treinar”.
Quem apoia, até o momento, a ida de Gilberto até o campeonato mundial são as empresas: Uniasselvi, Clinica Cardio Mais, Gol de Placa, Grupo Zucatelli e o vereador Cabo Rodrigo.
Apesar disso, e devido as altas despesas, o atleta ainda precisa somar mais recursos para chegar na competição.
Quem quiser colaborar com a jornada do carateca pode entrar em contato através do (94) 98111-2356 ou pelo Instagram @gilbertoferreirapersonal.
25 ANOS DE KARATÊ
Faixa preta de karatê desde 2003, Gilberto Ferreira subiu no tatame pela primeira vez em 1999, há 25 anos.
À reportagem, ele detalha que foi 10 vezes campeão paraense, quatro vezes campeão da Copa Norte, vice-campeão sul-americano, campeão brasileiro e campeão tocantinense. Outras vitórias menores também são citadas.
“Também fui campeão da etapa norte da seletiva dos jogos Pan-Americanos de 2007, no Brasil. Na seletiva nacional eu fiquei em terceiro lugar e não consegui ir para os jogos, mas foi um título de muita honra”.
Atualmente, entre as escolas que o professor mantém, está a Viva+ Karatê, que ensina técnicas do esporte e também prepara atletas para competências. Como é o caso de Valentina Ferreira, atleta de nível nacional. “Ela é a melhor atleta de Marabá e vai representar o Pará nos jogos brasileiros em Brasília”, finaliza. (Luciana Araújo)