O novo modelo de placa veicular adotado pelo Brasil e que deve vigorar no Pará ainda está em fase de ajustes em Marabá. De acordo com a gerente regional do Detran, Rosileude Pereira da Silva, o sistema do órgão foi paralisado durante três dias para atualização. “O sistema parou na quinta-feira (29/1) e voltou na terça (4/2) a partir de 13 horas. Mudou tudo com esse novo emplacamento”, disse por telefone à reportagem.
A partir de agora para realizar o emplacamento de veículos novos ou em casos de transferência de jurisdição, substituição da placa por perda desta ou do antigo lacre de segurança, será necessário adotar a placa Mercosul. Segundo Rosileude, os usuários precisam emitir uma autorização para estampagem e com esse documento em mãos devem procurar a empresa responsável pelo serviço.
“Agora tudo é feito pela empresa terceirizada. A pessoa imprime a autorização pelo site do Detran, vai na empresa e pede a estampagem da placa. E o valor será cobrado pela terceirizada, não é mais o Detran”, explicou.
Leia mais:Ainda de acordo com a gerente regional, desde a última segunda-feira (3) estão sendo credenciados os despachantes para trabalharem com o novo sistema. “Estamos recebendo a documentação deles e enviando para Belém porque agora é necessário ser credenciado junto ao Detran para trabalhar com o emplacamento de veículos”.
ADEQUAÇÃO
A única empresa de Marabá que passou na avaliação do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) foi a Sinacom, que segundo Rosileude terá de atender toda a região. “Antes eram mais de 100 empresas em todo o estado cadastradas para fazer a fabricação das placas. Com a mudança, o número passa de pouco mais de 10. É pouco, mas o processo do Denatran ficou mais rigoroso e por isso até ajustar tudo, esses terceirizados vão ter uma demanda grande”.
O proprietário da Sinacom, Albérico Roque, recebeu a equipe de reportagem e durante a entrevista informou que conseguiu passar no processo de análise porque se antecipou no envio dos documentos necessários, além do investimento em maquinário.
“Nós já somos fabricantes há 25 anos, somos o fabricante mais antigo em atividade no Estado. E já existia um credenciamento, todo ano o pessoal do Detran vem e faz a vistoria”, disse, ressaltando que o novo sistema diferencia fabricante de estampador e que é necessário dar entrada nos credenciamentos separadamente.
Segundo ele, além do custo com a documentação, para se candidatar ao credenciamento também é necessário comprar máquinas que fazem a fabricação e a estampagem das placas.
“Os equipamentos não são baratos, são bastante tecnológicos. Tanto que a maioria dos estampadores hoje passa uma certa dificuldade para comprar os equipamentos, que são muito específicos, e quase não existe financiamento para isso. Fora o custo com a papelada, com uma série de coisas que a gente precisa fazer levantamento ao longo do tempo e resulta em um custo razoável”, afirmou.
Por enquanto a empresa disponibiliza apenas atendimento para a estampa da placa, que contém quatro letras e três números, além de um QRCode com o qual será possível fazer a identificação no sistema do Detran. O novo sistema permite mais de 450 milhões de combinações e de acordo com a gerente regional do Detran, Rosileude da Silva, o novo sistema consegue blindar a clonagem de placa.
Esse objetivo do sistema foi elogiado pelo empresário Albérico Roque, no entanto ele afirmou que é caro o preço dessa garania. “Só a máquina que faz a gravação do QRCode custa mais de R$ 300 mil. É uma estampa é feita a laser e o equipamento tem um custo elevado, mas a gente vê que toda essa mudança tem o objetivo de trazer mais segurança”, disse Roque.
O empresário já deu entrada no credenciamento para fazer a fabricação da placa, inclusive a equipe de reportagem teve acesso a área de produção e constatou que já foram comprados tanto os equipamentos quanto as folhas de alumínio usadas como matéria prima na fabricação das placas veiculares. Em breve, Marabá terá um fabricante com capacidade para atender a demanda. (Fabiane Barbosa)