Os trabalhadores do transporte público de Marabá, maioria de motoristas e cobradores, paralisaram as atividades nesta terça-feira (18) em greve sem previsão e término. De acordo com Geraldo Dean Silva, presidente do Sindicato do Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), os quase 400 funcionários do setor estão com salários atrasados, sem receber a primeira parcela do 13º Salário a dois dias de vencer a segunda e dois meses de atraso no auxílio-alimentação.
“A frota hoje está rodando com percentual de 30% garantido por lei, não radicalizamos. Até o momento sem resposta nenhuma, sem posicionamento da empresa e nem do Poder Público. A gente está aguardando alguma novidade, creio que neste momento não haverá essas informações, não sabemos o que vai acontecer daqui pra frente e quantos dias vai durar o movimento”, disse.
Conforme ele, o objetivo da greve é surtir o efeito necessário para todo mundo, inclusive para a população, a mais prejudicada, ressalta. “Precisa chamar a atenção porque não se deve resolver apenas a questão financeiras dos trabalhadores, mas também a melhoria do transporte público para os usuários”, comentou.
Leia mais:Há muito tempo funcionários e as empresas que formam o sistema público da cidade, as empresas TCA, Nasson Tur e VT Card, estão em pé de guerra. Na última semana, uma reunião convocada pela Comissão de Obras, Serviços e Transporte Público da Câmara Municipal de Marabá discutiu a questão com o sindicato, os trabalhadores e representantes do setor de transporte da cidade.
Na ocasião, o interventor da antiga Transbrasiliana Transporte e Turismo, Marino Tolentino Filho, confirmou a crise financeira e afirmou ter sido autorizado leilão de 10% dos imóveis da empresa no Pará para pagar R$ 7,5 milhões de uma dívida que chega a R$ 75 milhões. Desse apurado, 70% vão para pagar credores e outros 30% para o caixa da empresa. É desse dinheiro que espera-se pagar questões trabalhistas em aberto. (Luciana Marschall – com informações de Chagas Filho e Josseli Carvalho)