Em um marco histórico para a economia regional do sudeste paraense, o Município de Marabá superou o de Parauapebas em arrecadação mensal pela primeira vez em mais de 30 anos. Dados levantados revelaram que, em abril de 2025, Marabá registrou receita de R$ 163,61 milhões, enquanto Parauapebas arrecadou R$ 158,73 milhões.
Este fenômeno, que não ocorria desde 1993, quando a moeda brasileira ainda era o Cruzeiro Real, sinaliza uma significativa mudança no cenário econômico regional. Segundo levantamento realizado pelo Blog do Zé Dudu junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a última vez que Marabá superou Parauapebas em arrecadação mensal foi há 32 anos, quando registrou o equivalente a R$ 1,25 milhão contra R$ 1 milhão de Parauapebas.
O balanço quadrimestral reforça essa tendência de inversão econômica. De janeiro a abril de 2025, a Prefeitura de Marabá arrecadou aproximadamente R$ 550 milhões líquidos, representando um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou R$ 475 milhões. Em contrapartida, Parauapebas apresentou retração de 10,6% em suas receitas, totalizando R$ 763 milhões contra R$ 854 milhões no primeiro quadrimestre de 2024.
Leia mais:A mudança no perfil arrecadatório está diretamente relacionada à indústria extrativa mineral, que agora beneficia Marabá com expressivos royalties sobre a extração de minério de cobre. Somente em maio de 2025, o município embolsou R$ 19,31 milhões em royalties minerais, consolidando-se como um dos municípios brasileiros que mais prosperam em receitas neste ano.
Enquanto isso, Parauapebas, anteriormente conhecida como a “Capital do Minério” e líder nacional na produção de minério de ferro, enfrenta redução em seus royalties devido à diminuição das atividades da Vale no município. A multinacional tem priorizado suas operações de minério de ferro em Canaã dos Carajás, que se tornou o maior produtor da commodity.
Canaã dos Carajás, administrada pela prefeita Josemira Gadelha, também registrou queda na arrecadação, embora menos acentuada que Parauapebas. Nos primeiros quatro meses de 2025, o município acumulou R$ 612 milhões de receita líquida, representando uma redução de 2,4% em comparação aos R$ 627 milhões do mesmo período do ano passado.
A apenas 170 quilômetros de distância entre si, os dois municípios paraenses agora representam trajetórias econômicas divergentes: enquanto Marabá experimenta um período de prosperidade impulsionado pela diversificação mineral, Parauapebas enfrenta o desafio de reinventar sua economia diante da redução da atividade que por décadas sustentou sua posição de destaque no cenário nacional.
Estranhamente, enquanto a arrecadação de Marabá segue em alta, o prefeito Toni Cunha vem freando os investimentos e agindo publicamente com discursos que dão a entender à população de que a Prefeitura estivesse em dificuldades financeiras.
No campo da saúde, por exemplo, em que a cidade segue em crise acentuada, faltam ambulâncias e macas no hospital e melhorias estruturais, enquanto o prefeito abandonou todas as promessas que fez em campanha para apostar apenas na construção do novo pronto-socorro municipal, obra que já existia no governo Tião Miranda, bancada pela mineradora Vale.
(Da Redação, com informações do Blog do Zé Dudu)