O diretor de projetos da Tecnored e diretor de tecnologia da Leaf Iron, Hermes Ferreira Filho, afirmou que uma tecnologia desenvolvida no Brasil, junto com o Senai Cimatec, será aplicada em uma fábrica de ferro gusa em Marabá, no sudeste do Pará, e que isso “vai mudar a forma de se produzir aço no mundo”. As duas empresas são subsidiárias da Vale e a declaração foi repercutida neste domingo (10) pelo Portal Terra.
Ainda de acordo com a publicação, a tecnologia substitui 50% do combustível fóssil usado para gerar a energia que transforma minério de ferro em ferro gusa por biomassa de capim de alta produtividade, produto também criado pela empresa.
Em maio deste ano o governo do Pará anunciou a implantação da usina de laminação de aço em Marabá, construída em parceria com a Vale e o grupo China Communication Construction Co (CCCC), controladora da Concremat, com investimento de R$ 1,5 bilhão. O protocolo de intenções foi assinado pelo governador Helder Barbalho (MDB) e esta será a primeira planta de verticalização de minério de ferro no Pará.
Leia mais:À época, em comunicado ao mercado, a mineradora informou que apoiará o projeto através da emissão de garantias que viabilizem o financiamento a ser contratado pela Concremat/CCCC, em valores a serem acordados posteriormente e inferiores ao valor do investimento total.
De acordo com o governo estadual, pela primeira vez em mais de quatro décadas de exploração mineral no território paraense, o Pará dispõe de um novo modelo produtivo para a cadeia do minério de ferro, que torna possível a implantação de uma usina laminadora de aço em Marabá.
A indústria, destacou o governador ao assinar o protocolo, tem capacidade para alavancar a economia de dezenas de municípios mineradores, produtores de matéria-prima de alta qualidade, com grandes estoques para assegurar produtos de ponta, pronto atendimento e personalização dos itens importantes do segmento de laminação de aço para os mercados da construção civil, de equipamentos agrícolas, de empresas automotivas e de máquinas e equipamentos.
Sobre a escolha de Marabá, Helder Barbalho frisou os atributos do polo regional para capitanear esse novo processo industrial que agrega valor à base econômica minerária: localização geográfica estratégica, como centro de serviços e comércio, e excelentes malhas ferroviária e hidroviária disponíveis para atender as regiões mais distantes dos grandes centros produtores de aço no Brasil.
A nova tecnologia que será inserida nessa indústria é capaz de produzir ferro gusa com 50% menos emissão de CO2 e metade da água usada hoje, com mais eficiência, menor custo e sem gerar resíduos, acrescentou Ferreira, conforme a publicação deste domingo. O Portal Terra divulgou, ainda, que as obras da fábrica começarão em maio e as operações em abril de 2022. (Luciana Marschall – com informações de Terra e Agência Pará)