Correio de Carajás

Marabá sediou Congresso Estadual de Profissionais do CREA

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia reuniu seus membros para discutir qualidade ambiental

Etapa regional do Congresso do Crea aconteceu ontem em Marabá/ Fotos: Evangelista Rocha
Por: Da Redação
✏️ Atualizado em 25/07/2025 10h47

A discussão de projetos associados qualidade ambiental da região esteve no foco do 12º Congresso Estadual de Profissionais (CEP), realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA). A etapa aconteceu aqui em Marabá ao longo desta quarta-feira (23), utilizando o Plenarinho da Câmara Municipal. À frente, a presidente do conselho, Adriana Falconeri.

O evento que reuniu engenheiros e agrônomos de todo o estado para discutir os rumos da categoria e propor soluções para os desafios enfrentados pelo setor. A informação foi divulgada durante entrevista da presidente de Adriana Falconeri, e do inspetor do Crea, Maurício Freire, ao programa Fala Cidade, da Correio FM, apresentado por Demerval Moreno.

Adriana destacou a robustez do CREA-PA, que se configura como o maior conselho de classe do estado do Pará. “Nós temos mais de trezentas profissões em um único conselho”, afirmou, ressaltando que a instituição congrega mais de 67 mil profissionais registrados em diversas áreas da engenharia e agronomia.

Leia mais:

O Conselho de Engenharia e Agronomia do Pará foi criado com o objetivo de defender e dar segurança à sociedade através da fiscalização do exercício das profissões. No entanto, segundo a presidente, um dos principais desafios enfrentados pela instituição é a falta de conhecimento da população sobre suas funções. “As pessoas não sabem o que é o CREA. Confundem com uma secretaria de obra, confundem com o CRAS, que é de assistência social”, explicou.

A diversidade de profissões abrangidas pelo conselho inclui engenheiros civis, agrônomos, ambientais, florestais, navais, mecânicos, de tráfego, aeroespaciais, entre outras especialidades. “Dentro da atividade da engenharia civil, tem várias, vários serviços técnicos e isso acontece em todas as outras profissões”, detalhou Falconeri, que é engenheira civil de formação.

Congresso Estadual

O 12º CEP representou oportunidade para que os profissionais da área apresentassem suas demandas, sugestões e reclamações diretamente à presidência do conselho. Conforme explicou o inspetor Maurício Freire: “é um momento de estar presente com a presidente ali, na frente dele, fazendo suas reclamações, apresentando suas demandas”.

O evento segue uma estrutura estabelecida por resolução federal e acontece de três em três anos, dividido em três etapas distintas: Primeiro, ocorrem as micro-regionais no interior do estado, onde são eleitas propostas e delegados para representar cada região. Em seguida, realiza-se a etapa estadual, programada para os dias 5 e 6 de agosto em Belém, onde novas propostas são discutidas e efetivadas. Por fim, as propostas selecionadas seguem para a etapa nacional.

“Esse evento foi criado para que a gente crie instrumentos jurídicos para melhorar as nossas profissões, desburocratizar”, explicou a presidente, enfatizando que qualquer profissional pode participar, independentemente de ter vínculos com o conselho como inspetor ou conselheiro.

Desafios

Também na entrevista na rádio, a presidente Adriana Falconeri propôs uma reflexão aos profissionais da área no sentido de que há necessidade de uma maior autovalorização. “A nossa engenharia no estado do Pará tá banalizada e a culpa é de cada um de nós”, declarou de forma contundente, apontando para a responsabilidade individual de cada profissional na valorização da categoria.

Falconeri destacou que a classe se mostra “muito desunida” e que os profissionais “só sabem reclamar em grupo de WhatsApp”, mas não têm coragem de apresentar propostas construtivas nos fóruns adequados.

Outro desafio apontado é o desconhecimento mútuo entre os próprios profissionais sobre as atribuições de cada especialidade. “Nós, que temos uma graduação de Engenharia, nós não sabemos o que o colega faz, quais são as atribuições”, observou Falconeri, questionando como a população em geral pode compreender a importância de cada área se nem os próprios engenheiros conhecem o trabalho uns dos outros.

Soluções e iniciativas

Para enfrentar esses desafios, o CREA-PA desenvolve o que a presidente chama de “trabalho formiguinha”, uma ação contínua de conscientização que envolve educação e orientação diária. “Todos os dias, você fazendo algo, educando, orientando, que a gente vai ter uma conscientização de fato”, explicou.

Uma das principais iniciativas é o programa CREA Júnior, voltado para conscientizar alunos e recém-formados sobre ética profissional e atribuições profissionais. O objetivo é que os novos profissionais “saiam da faculdade e entrem no mercado de trabalho sabendo ética profissional, sabendo as atribuições profissionais”.

A presidente também enfatizou a importância da participação ativa dos profissionais no conselho, lembrando que “o conselho não é só a presidência. O conselho é todos os nossos, mais de sessenta e sete mil profissionais do estado do Pará”.

Com a proximidade da COP30, que será realizada no Pará – a primeira vez que o evento acontece na América Latina -, o CREA-PA está se posicionando estrategicamente para destacar a essencialidade das profissões de engenharia nas discussões climáticas globais.