📅 Publicado em 01/10/2025 15h15✏️ Atualizado em 01/10/2025 16h49
É Círio outra vez! O mês de outubro inicia e o marabaense já começa a cantarolar “Vós sois o lírio mimoso, do mais suave perfume”. Camisetas e fitas, penduradas em barracas de vendedores ambulantes, passam a fazer parte da decoração das ruas da cidade — um anúncio de que a grande festa em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré já começou.
Em 2025, o Círio de Marabá completa 45 anos, já consolidado como um dos maiores eventos religiosos da região. A “Festa da Fé” reúne milhares de fiéis, famílias e turistas em um mosaico de devoção, cultura e tradição. Realizado sempre no terceiro domingo de outubro, este ano ele acontece no dia 19, mobilizando não apenas a espiritualidade do povo marabaense, mas também seu senso de identidade e pertencimento.
O Círio carrega a força da fé que une Marabá e fortalece sua gente. É tradição que conecta gerações, um laço comunitário que reforça a solidariedade. A romaria em devoção a Nossa Senhora de Nazaré é uma força transformadora que movimenta a identidade cultural da cidade.
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PROGRAMAÇÃO
Como já é tradição, “Nazinha” vai peregrinar pelas paróquias da cidade, indo a todos os cantos de Marabá, inclusive à zona rural. Sua chegada às igrejas é marcada com missas, sempre às 19h30.
Na quinta-feira (2), ela chega à Paróquia São José Operário, no bairro KM 7, na Nova Marabá. No sábado (3), sai de lá e vai para a Paróquia Santo Antônio, na Vila Sororó, com missa às 14h. Já no domingo (4), a “Santa Passeadeira” é recebida na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na Folha 28.
Na segunda-feira (6), a partir das 17h, acontece o “Adesivaço do Círio 2025” na entrada da Marabá Pioneira. Na terça (7), a imagem segue para a Paróquia Bom Pastor, na Folha 33, e na quinta-feira (9) é recebida na Capelania Militar Santo Inácio de Loyola, na Vila Militar Presidente Médici, na Folha 14.
Na sexta-feira (10), “Nazinha” chega à Paróquia São Félix de Valois, na Marabá Pioneira. No sábado (11), é dia da ciclo romaria, a partir das 17h30. Após o trajeto, a imagem é recebida na Comunidade Nossa Senhora das Graças, no bairro Santa Rosa. No domingo (12), é a vez da moto romaria, que leva a Santa para a Paróquia Sagrada Família, no bairro Liberdade.
Na terça-feira (14), a imagem peregrina visita a Câmara Municipal de Marabá às 9h e, à noite, é recebida na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro Novo Horizonte. Na quinta-feira (16), é a vez da Comunidade São João Batista, no bairro Laranjeiras.
No sábado (18), véspera do Círio, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré sai da Matriz São Francisco de Assis, no Núcleo Cidade Nova, e segue para o Santuário, na Folha 16. De lá, às 15h, acontece a Santa Missa e, às 16h, a transladação para o Porto das Mangueiras, dando início ao Círio Fluvial. A Santa chega à rampa da Colônia Z-30 e é levada para a Catedral Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, para a missa do manto, momento em que a nova indumentária é apresentada.
No domingo (19), às 6h, acontece a missa na Catedral e, às 7h, a saída do Círio. A missa de encerramento acontece no Santuário, após o retorno de “Nazinha” para sua casa. A festa segue até o dia 25, com o Círio Musical e o 2º Círio da Juventude.
HISTÓRICO
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré em Marabá começou em 1979, por iniciativa das religiosas Maria das Neves Pereira, Maria Elizânia Dias e Irmã Zenide. Católicas abnegadas das Folhas 15 e 16, na Nova Marabá, naquele ano elas sentiram a necessidade de adotar um santo ou uma santa da qual ficassem devotas.
Foi assim que, em visita à também religiosa Judith Gomes Leitão, conhecida como “Dona Santa” — que guardava em casa, num oratório, várias imagens representando santos cultuados no catolicismo —, pediram que ela lhes doasse alguma dessas representações.
Ao pegar aleatoriamente uma imagem, Dona Santa entregou ao trio a de Nossa Senhora de Nazaré, cuja história tem origem em Portugal, mas que é cultuada desde 1792 como Padroeira do Pará. Logo, a pequena imagem estava presente em todas as missas realizadas na humilde capela da Folha 16 — hoje o magnífico Santuário de Nossa Senhora de Nazaré — e em casas da comunidade.
Porém, foi em 1980 que aconteceu o primeiro Círio em Marabá. O percurso, no entanto, era curto: a imagem da Santa saía em procissão da capela da Folha 16, dava a volta pela Folha 15 e retornava ao local de origem. Sem uma berlinda, a pequena imagem foi colocada em uma caixa de papelão forrada com páginas coloridas de revistas e decorada com papel de seda.
Quando o padre Ademir Gramelik chegou a Marabá e assumiu a organização do Círio, em 2001, as tradicionais peregrinações nas paróquias e nas comunidades começaram a ocorrer. A partir de então, a imponente festa de fé passou a mobilizar mais fiéis, visto que agregava grande parte dos bairros da cidade.
A imagem peregrina passa mais de 30 dias visitando comunidades, paróquias, entidades, empresas e até aldeias indígenas, para mensurar a diversidade da celebração, que é um dos mais marcantes símbolos da religiosidade local.
CRONOLOGIA
1979 – “Dona Santa” dá a imagem de Nossa Senhora de Nazaré às religiosas Maria das Neves Pereira, Maria Elizânia Dias e Irmã Zenide.
1980 – Acontece o primeiro Círio de Marabá.
1981 – Lata de leite preenchida com areia da então Praia das Pombas é transformada em suporte para a imagem de Nossa Senhora.
1983 – O percurso é estendido da Folha 16 à Folha 32.
1992 – Nova alteração no percurso, com a procissão saindo da Marabá Pioneira, e realização da primeira Romaria Fluvial.
2001 – Imagem de Nossa Senhora começa a peregrinar nas paróquias e comunidades.
2020 – Pandemia da covid-19 altera o formato da festa, que passa a ser realizada somente com veículos e reproduzida pelas mídias sociais.
2022 – A peregrinação volta às ruas e a festa ganha duas novas romarias: uma de bicicletas e outra de motos.
2024 – Acontece o 1º Círio da Juventude.