Longe dos holofotes da mídia, o Departamento de Homicídios da Polícia Civil prendeu no último dia 14 um policial militar, acusado de assassinato. O crime aconteceu no dia 3 de abril deste ano no Núcleo São Félix I, tendo como vítima Ismael do Nascimento Mota, também conhecido como “Negão”, de 24 anos, executado a tiros quando bebia com amigos.
Como é de praxe, o delegado Toni Rodrigues de Vargas não informou a identificação do policial militar e tampouco como fez para chegar até o suspeito. Revelou apenas que o policial mora em Marabá, mas trabalha em outro município.
A prisão foi feita em conjunto com um representante da Corregedoria da Polícia Militar de Marabá, o que leva a crer que o PM preso está lotado em um dos dois batalhões sediados no município.
Leia mais:Por outro lado, a reportagem conseguiu apurar que os investigadores do Departamento de Homicídios enfrentaram muita dificuldade para obter depoimento das testemunhas do crime. Isso aguçou a curiosidade do delegado, porque indicava que o acusado era alguém de quem as pessoas tinham medo.
Por telefone, o delegado Toni Vargas disse que a conduta do indiciado está totalmente desvinculada da função de policial militar. Fez questão de frisar também que a participação da Corregedoria da Polícia Militar foi importante para o sucesso das investigações. “A Polícia Civil espera que a conclusão desta investigação seja encorajadora de denúncias anônimas”, declarou Vargas.
O crime
Conforme relato da Delegacia de Homicídios de Marabá, os policiais daquele especializada foram informados pelo Núcleo Integrado de Operações (NIOP-190) às 4h50 da madrugada de do dia 3 de abril sobre o homicídio de Ismael.
Ele estava bebendo com amigos na porta de uma casa na Avenida Castelo Branco. Em determinado momento Ismael saiu da residência. Nesse momento um homem apareceu de moto e parou o veículo na frente da casa e foi ao encontro de Ismael.
Ao se aproximar puxou uma arma de fogo e disparou contra a vítima. O rapaz não teve chance: morreu ali mesmo com um tiro na cabeça, restando aos seus amigos apenas o desespero por presenciar o crime.
Na época, a reportagem do Correio apurou com a Polícia Militar que Ismael Mota trabalhava em um areal pertencente à família dele. Circularam também informações de que a vítima já teve passagens com atos ilícitos. Mas, ao consultar o nome de Ismael no banco de dados do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), a reportagem do CORREIO não localizou nenhum processo criminal aberto contra Ismael. (Chagas Filho)