Alinhado aos interesses dos pecuaristas, que apoiaram amplamente a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está sendo lembrado dos compromissos que foram assumidos junto à classe antes mesmo de se sentar na cadeira presidencial.
Em Marabá, nesta manhã, quinta-feira (24), produtores rurais realizam ato em frente ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, no Núcleo Cidade Nova, às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230), proferindo discurso voltado principalmente em defesa ao cumprimento de reintegrações de posses e de medidas que impeçam ocupações de propriedades por movimentos sociais que lutam por reforma agrária.
Geraldo Capota, ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rural de Marabá, explica que trata-se de manifestação pacífica. “É uma coisa simples, o importante é estarmos marcando presença para dizermos ao novo governo o que esperamos dele, estarmos posicionados nos primeiros dias de governo para que estabeleça um norte à gestão. Mostrar que queremos e esperamos que se cumpram as reintegrações de posse que estão no papel, autorizadas pelos juízes”, declarou.
Leia mais:Conforme ele, na região, há diversas decisões e sentenças neste sentido que foram engavetadas pelo ex-governador do Pará, Simão Jatene. “Se buscar nos fundos as gavetas do Jatene, se é que ele não levou, estão lá. E queremos que não se deixe invadir propriedade rural e nem urbana. Se é um direito, se está na Constituição, não vejo porque não tomar essa atitude”, opina.
No local da manifestação foram instalados toldos e os pecuaristas organizaram café da manhã e um churrasco. Faixas com dizeres como “respeito ao nosso direito de propriedade privada”, “fome se acaba com agropecuária forte” e “fazendeiro não é bandido, fazendeiro é produtor” foram afixadas.
Evandro Oliveira Lima, proprietário da Fazenda Liberdade, defende que não há espaço para os movimentos sociais voltados à luta pela terra na atual administração federal. “Estamos pela primeira vez fazendo uma manifestação em prol dos fazendeiros de Marabá e região. Estamos começando um novo governo, nova era, então estamos manifestando sobre termos sido escrachados pelo Poder Público antes. Agora as cosias estão sendo diferentes porque este mesmo local em que estamos pisando era dos vermelhos”, diz, se referindo à cor tradicionalmente utilizada pelos movimentos sociais do campo. “Eles faziam algazarra e faziam corredor polonês onde a população era obrigada a passar por dentro, sendo humilhada”, acrescenta.
Para ele até o início deste ano os produtores rurais eram “oprimidos”. “Agora temos voz, agora a autoridades olham a nosso favor e espero que as coisas mudem para nosso país. Vermelho aqui só a cadeira em que estamos sentando, vermelho aqui nunca mais”.
Francisco Batista, conhecido como Chiquinho, que possui propriedade em São João do Araguaia, também diz crer em novos tempos para a classe. “O ano de 2019 inicia-se diferente, com o novo presidente que está alinhado com a classe produtiva, com o setor pecuário. Acho que nada mais justo que fazermos uma manifestação democrática para estarmos levantando a bandeira em prol de um objetivo comum. As expectativas são das melhores”. (Luciana Marschall – com informações de Evangelista Rocha)