Mesmo com a diminuição do número de casos de leishmaniose registrados em Marabá, apenas neste ano, 2018, foram sacrificados mais de quatro animais portando a doença pelo Centro de Controle de Zoonoses, informou José Amadeu Moreira, chefe de Endemias e Vigilância Ambiental do município.
A notícia boa, por sua vez, é a diminuição no número de mortes humanas no período. Moreira destaca que em 2016 ocorreram quatro óbitos por leishmaniose visceral, em 2017 foram duas e em 2018 foi registrada uma até esta última semana do ano.
“Isso quer dizer que está havendo queda acentuada em casos de óbitos em humanos nesses dois últimos anos e houve queda acentuada também nos casos em cães, mas a presença do mosquito continua em Marabá, em vários bairros, e há importância da população continuar realizando seu trabalho, ajudando na limpeza dos quintais e recolhendo lixo”, declarou.
Leia mais:Conforme ele, os criadouros dos vetores da leishmaniose, conhecidos como mosquitos-palha, são diferentes daqueles onde o aedes aegypti se cria. “O mosquito da dengue precisa de água parada e o da leishmaniose precisa de lixo, resto de comida, folhas secas, fezes de animais, galinheiros, locais de criação de porcos, até fezes dos animais domésticos”.
Ele lembra que os sintomas dos cães vítimas de picada do mosquito são, principalmente, queda de pelagem, falta de apetite, emagrecimento, olhos lacrimejantes e crescimento das unhas. Em humanos, a leishmaniose visceral se manifesta no crescimento do baço e consequente inchaço da barriga, além de perda de peso, de apetite e presença de febre.
“Era uma doença muito conhecida da zona rural, mas atualmente a leishmaniose visceral está bastante presente no centro urbano e tem o diagnóstico demorado muitas vezes. No caso dos cães o tratamento não existe, o que existe é uma situação em que o animal pode conviver com a doença. Já para o ser humano há cura, desde que o quadro seja diagnosticado cedo, inclusive temos vários casos em Marabá de leishmaniose em tratamento”, explica.
Sobre os animais, ele afirma que apesar de ser possível o portador conviver com a doença, traduz-se em um risco para as pessoas com quem ele convive. “É um risco para a família porque está convivendo com um potencial vasilhame da doença. Se o mosquito picar o cão doente e em seguida o ser humano, pode passar a doença”.
Apesar disso, afirma, a decisão de sacrificar ou não o animal deve partir dos tutores. “O cão doente precisa ser sacrificado se a família resolver, porque a lei permite, mas é uma decisão da família conviver com este animal. A medida que os cães apresentam sintomas, após o teste de sorologia acusar positivo, se a família consentir, esse cão é eliminado”.
Por fim, o chefe Endemias e Vigilância Ambiental afirma que o último levantamento entomológico feito na cidade apresentou a presença do mosquito em todos os bairros de Marabá. “Quer dizer que ele estava em toda a cidade. Vamos agora, em 2019, realizar outro estudo para analisarmos como está a situação”. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)