Diante do aumento de casos positivos de sarampo em diversos estados brasileiros, o país corre o risco de perder o certificado de “país livre do sarampo” concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Embora todos os casos registrados em 2025 até agora sejam considerados importados, vindos de países vizinhos como Bolívia e Argentina, o Ministério da Saúde adotou uma série de estratégias para evitar novos surtos e proteger a população.
Em Marabá, no sudeste do Pará, não há casos suspeitos da doença até o momento, mas a Secretaria Municipal de Saúde está em alerta e mobilizada para reforçar a vigilância e ampliar a cobertura vacinal.
Segundo Claudenise Santos, coordenadora da Vigilância de Doenças Imunopreveníveis (VIDI), o município iniciou a aplicação da chamada “dose zero” da vacina contra o sarampo — uma dose extra destinada a crianças de 6 a 11 meses e 29 dias. Em Marabá, cerca de 2.060 crianças estão nessa faixa etária e a meta da Secretaria Municipal de Saúde é alcançar o maior número possível por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), que atuam em todas as unidades do município.
Leia mais:Além disso, a coordenação de imunização, em parceria com a VISAT (Vigilância em Saúde do Trabalhador), está realizando a verificação dos cartões de vacina de todos os profissionais de saúde do município, garantindo que estejam com o esquema vacinal atualizado.
Ainda de acordo com Claudenise, outras ações estão acontecendo simultaneamente, como a busca ativa de não vacinados e atualização de esquemas atrasados; a intensificação da vacinação de rotina para crianças, adolescentes e adultos; e resposta rápida às notificações de casos suspeitos, com investigação e bloqueio vacinal.
“A meta nacional é atingir 95% de cobertura vacinal, especialmente entre crianças menores de dois anos. Em Marabá, o esforço é coletivo e contínuo para proteger a população e evitar que o sarampo volte a circular”, explica a coordenadora.
A população é orientada a procurar a unidade de saúde mais próxima para verificar o cartão de vacina e garantir a imunização. A vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — está disponível gratuitamente para pessoas de 12 meses a 59 anos.
Riscos e cuidados: o olhar da pediatria
A pediatra Caroline Garcia Coelho, professora da Afya Marabá, reforça que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e perigosa, especialmente para crianças pequenas. “O sistema imunológico dos bebês ainda está em desenvolvimento, o que os torna mais vulneráveis a complicações graves como pneumonia, diarreia, infecções de ouvido e até encefalite”, alerta.
Segundo a especialista, os primeiros sintomas incluem febre, tosse, coriza e conjuntivite. Após alguns dias, surgem manchas avermelhadas e pouco elevadas que se espalham do rosto para o corpo, podendo causar leve descamação da pele após o desaparecimento.
A chamada “dose zero” da vacina, segundo Caroline, tem como objetivo oferecer uma proteção precoce para crianças suscetíveis às formas graves da doença. “Ela não substitui as doses do calendário oficial, mas é uma medida complementar importante para reduzir os riscos”, explica.
A pediatra também destaca que a vacinação não protege apenas o indivíduo, mas toda a comunidade. “Quando a maioria está imunizada, o vírus encontra menos espaço para circular. É uma estratégia coletiva de proteção”, afirma.
Sobre os desafios enfrentados no consultório, Caroline aponta a desinformação como um dos principais obstáculos. “Fake news, dúvidas mal respondidas e movimentos antivacinas ainda atrapalham muito. Nosso papel como profissionais é orientar com base em evidências científicas e acolher os pais com empatia”, diz.
Para os pais que têm receio de vacinar seus filhos, a médica deixa um recado direto: “O risco real hoje não é da vacina, mas do retorno de doenças graves que já havíamos controlado. Vacinar é um gesto de amor e responsabilidade.” E finaliza com uma mensagem especial para as famílias de Marabá: “Contamos com vocês para vencermos, juntos, mais esse desafio à nossa saúde pública. A vacina é gratuita e salva vidas.”

Sobre a Afya
Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br