Correio de Carajás

Marabá ganha projeto Minha Escola, Meu Refúgio

Juíza da 1ª Vara Criminal de Marabá, Renata Guerreiro firma parceria com SEMED e Fundação Casa da Cultura para orientar estudantes sobre abuso sexual

O Projeto Minha Escola, Meu Refúgio, idealizado pela juíza Mônica Maciel Soares Fonseca, titular da 1ª Vara de Crimes Contra Crianças e Adolescentes, de Belém, está prestes a ser executado em Marabá.

Com o objetivo de envolver a comunidade escolar e familiar na identificação dos sinais de violência sexual, a ação é uma forma de orientação e conscientização na luta contra o abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Renata Guerreiro Milhomem de Souza, juíza titular da 1ª Vara Criminal de Marabá, é quem pretende executar o projeto no município. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e da Fundação Casa da Cultura de Marabá, serão realizadas palestras informativas com a distribuição de materiais sobre a prevenção e o combate à violência praticada contra os menores.

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“Queremos unir professores, coordenadores pedagógicos, diretores e a comunidade familiar para fortalecer a rede de proteção. Também serão realizadas atividades lúdicas com as crianças e adolescentes para abordar esse tema com muito cuidado”, observa a magistrada.

Com o apoio jurídico, psicológico e pedagógico, a juíza Renata Guereiro ressalta a importância na hora de identificar, ouvir e agir diante da suspeita de violência contra crianças e adolescentes.

“Não existe nenhuma limitação de faixa etária, porque as estatísticas demonstram que a violência atinge as crianças indiscriminadamente, seja de idade inicial ou adolescente. Então, nesse primeiro momento a nossa ideia é começar por uma escola piloto, onde vamos realizar o trabalho pedagógico, jurídico e social dessa construção de conhecimento em torno do assunto, trazendo o corpo escolar, pais e responsáveis”, explica ela.

Inicialmente, as atividades contarão com o apoio de psicólogas e assistentes sociais da FCCM, que posteriormente ganharão suporte da equipe de teatro e musicalização da Fundação, trabalhando o assunto de forma lúdica com as crianças.

“Projetos como esse são relevantes para o momento em que vivemos, onde o índice de abusos contra crianças e adolescentes é muito alto. A Renata é juíza da Vara Criminal e sabe das estatísticas. A Fundação Casa da Cultura vai entrar com o apoio da Companhia de Artes, com uma contribuição mais lúdica e ficamos muito felizes de participar do Minha Escola, Meu Refúgio”, ressalta Vanda Américo, presidente da FCCM.

Trabalhando no campo da prevenção, Vanda afirma que o projeto é fundamental para esclarecer as crianças desde pequena. “Quanto mais cedo a informação chega, mais esclarecido o cidadão fica. Vamos começar com um projeto piloto, colocando inicialmente em uma escola, e depois vamos para as outras. Estou muito feliz em abraçar essa causa”, relata.

Em fase de implantação, a primeira escola que receberá as ações do Projeto Minha Escola, Meu Refúgio, ainda será definida pela Semed.

“Temos a pretensão de expandir para outras escolas, fortalecendo a rede de apoio e o canal de diálogo. A escola é o segundo lugar mais frequentado pelas crianças e adolescentes depois de suas próprias casas, então acaba sendo esse amparo para eles”, finaliza Renata.

A reunião para definir estratégias para implantação do projeto ocorreu na manhã desta segunda-feira, 14, no Gabinete da secretária municipal de Educação, Marilza Leite, com a participação dos diretores de ensino Urbano e do Campo da SEMED, Fábio Rogério Gomes e Arley Oliveira. “Estendemos as mãos para todo tipo de contribuição. E os membros da justiça têm conhecimento técnico para nos ajudar a orientar nossos alunos”, reconhece Marilza Leite.