É comum que vez ou outra um caiaqueiro – ou caiaqueira – seja avistado remando pelas águas dos rios que banham Marabá. O esporte, que muitas vezes é praticado de forma solitária, agora tem uma associação para representa-lo do lado de fora do Tocantins e do Itacaiunas. A recém-criada Associação dos Caiaqueiros do Sul e Sudeste do Pará (Acassp) emerge, em Marabá, com o objetivo de fortalecer a modalidade e também o turismo no município e na região.
Oficialmente fundada no ultimo sábado, 4, a Acassp nasceu da vontade de melhorar o cenário do esporte na cidade e em sua circunvizinhança, fortalecendo a pesca com caiaque, passeios, aventuras e expedições. Membros da diretoria da associação estiveram na redação do CORREIO, na manhã de segunda-feira, 6, para compartilhar detalhes sobre a instituição.
“Há dois meses essa ideia (de criar a associação) foi fortalecida. A gente conseguiu juntar um grupo grande e organizar melhor os nossos passeios. Nós vamos tentar organizar melhor o setor, além de colocar mais práticas ambientais nele. É um projeto totalmente social e ambiental”, descreve Arthur Carvalho de Medeiros, empresário e presidente eleito da Acassp. Até o momento 40 caiaqueiros estão associados, um número considerado grande pelo presidente. Além disso, a Acassp conta com representantes em Jacundá. A intenção é expandir para outras cidades da região.
Leia mais:Entre as pautas de sua criação, o fortalecimento do turismo na região é um dos principais. “Nós vamos trabalhar forte nisso, porque temos um potencial muito grande e aqui em Marabá a gente não vê turismo”, reflete. Pensado nisso, o calendário de eventos já está a todo vapor: “Estamos elaborando o cronograma, teremos vários eventos. Tanto de pesca, quanto turísticos”, frisa Arthur. Ele revela que no verão amazônico, inclusive, a intenção é proporcionar passeios de caiaque para além do Rio Tocantins, mas também pelos demais rios, e praias, da região.
DIRETORIAS
Mas nem só de amor pelo esporte a associação é feita. Arthur explica que os caiaqueiros irão trabalhar com ações ambientais e educacionais. “Tem um projeto, que é uma escolinha, ‘Caiaque na escola’. Nós vamos criar uma escola, que vai ter caiaques para os alunos aprenderem e vamos incentivar tanto alunos da rede privada, quanto da pública”, detalha o presidente. Os planos da associação para a escolinha vão além de ensinar as crianças a remarem, mas também a pescar, com foco no chamado “pesque e solte”.
Para a Reportagem, Martinho José Modolon, funcionário público e diretor de Pesca Esportiva da associação, falou um pouco mais sobre essa pratica, tão forte em uma cidade ribeirinha: “A gente verificou com essa união dos caiaqueiros do Sul e Sudeste do Pará, que haviam muitas pessoas praticando o esporte de forma individual”. Ele reforça que agora será possível organizar torneiros, encontros e workshops, voltados para a pesca, fortalecendo a representatividade da categoria e ganhando forças para procurar o poder público, em busca de apoio para os projetos.
“Nós só vemos pontos positivos nisso (criação da associação), vemos a grande projeção que isso vai ter e vamos conquistar muitas coisas positivas”, finaliza.
Já a Diretoria Educativa & Social, através do trabalho com crianças e adolescentes, pretende focar nas questões ambientai. É o que explica Diego Henrique Gothe Caetano da Costa, que está à frente desta direção. “A ideia é pegar os ribeirinhos, essa população que já tem mais facilidade de estar participando e de estar envolvida, e conscientizar essa meninada”, conclui.
Até o momento foram formadas as diretorias de Pesca; Eventos e Educativa & Social. Uma outra, formada por e para as mulheres, será criada no futuro, quando houver um número maior de associadas.
PARCERIAS
A associação está em busca tanto de parcerias com instituições públicas, quanto com as privadas. “Por enquanto nós temos com uma fábrica de caiaque, ela se juntou a nós e quer continuar com essa parceria, ela abraçou a causa”, conta. Ele frisa que a Acassp não tem fins lucrativos, e que também busca por patrocínio para a realização das ações sociais e ambientais.
“Precisamos urgentemente dessas autarquias, do governo, para alavancar mais rápido ainda. Nossa região, o sul e sudeste, está muito carente”, reflete e destaca a importância da colaboração do governo municipal e estadual, pois o interesse de empresas privadas já existe. “Esse é um projeto para sul e sudeste do Pará, e do Estado como um todo”, e, ao finalizar, cita sobre uma outra parceria que está sendo fortalecida, dessa vez com o Corpo de Bombeiros. (Luciana Araújo)