Correio de Carajás

Marabá: Água sem pressão e tubulação antiga

Interrupções recentes no fornecimento de água aos núcleos Nova Marabá e Cidade Nova irritaram dezenas de moradores da cidade nas últimas semanas, os quais procuraram o CORREIO e as redes sociais para desabafar sobre o serviço fornecido pela Companhia de Saneamento do Pará – Cosanpa. Dentre as reclamações mais recorrentes estão a falta de água várias vezes ao dia e até a ausência de comunicação da estatal com a população para explicar a razão do não abastecimento. Em entrevista ao Jornal, representante da empresa diz que a falta de pressão e tubulações antigas têm prejudicado a distribuição de água na cidade.

“Quando a gente para por cerca de 12 horas de bombear água, a rede seca completamente. E quando religamos, para recompor a rede, para ela pegar pressão novamente, demora em torno de 24 horas. Marabá não é uma cidade plana, ela tem morros, então alguns lugares mais altos têm mais dificuldade para receber a água”, revela Ângela Rayol, coordenadora técnica da Cosanpa.

Segundo ela, algumas localidades têm enfrentado problemas no decorrer do dia, já que a água não tem força para chegar até as casas e também pelo alto consumo de quem mora em regiões mais baixas, que são “privilegiadas” geograficamente para o abastecimento.

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Como a empresa ainda não tem recursos para resolver o problema por completo, Ângela explica que alguns descontos vêm sendo feitos nas contas de água. “Quando o pessoal vem aqui reclamar, a gente tenta reduzir o valor da conta. Pedimos para um técnico ir verificar o que está acontecendo e, se for comprovado que não está chegando água na casa, a gente reduz a conta, para que o consumidor não saia prejudicado”, garante, destacando, porém, ser necessário que os consumidores busquem o escritório da empresa localizado na Folha 30, Nova Marabá, e relate sobre qualquer problema no abastecimento.

Tubulação

No mês de maio, a Cosanpa chegou a divulgar nota informando sobre a paralisação no fornecimento por até dois dias na cidade para interligar três tubulações (de 400, 500 e 700 mm), o que fazia parte do plano de duplicação da adutora principal da cidade. Porém, após muitas reclamações de usuários, a empresa voltou atrás e optou por fazer reparos a “conta gotas”, paralisando o serviço em três dias diferentes. Conforme Ângela, todas as paralisações e serviços foram necessários, já que os tubos existentes não davam mais conta da demanda.

“A adutora rompeu [no ano passado], porque a gente estava com muita água e ela não suportou a quantidade e a pressão. Por isso a necessidade de fazer as interligações, já que estava demandando muita água para pouca dimensão de rede”, afirma. Após este período, outra paralisação precisou ser feita, ainda na semana passada, após a tubulação antiga mais uma vez apresentar problemas.

“Na última quinta-feira foi um caso a parte, porque rompeu a adutora devido ser muito antiga e por não estarmos utilizando 100% da adutora nova. A gente ainda está fazendo algumas modificações na captação, então só vai ser colocada para funcionar integralmente [a nova adutora] quando esse serviço estiver pronto”. A coordenadora acrescentou que a tubulação antiga estava com uma fissura muito grande, ocasionando o vazamento de água.

“Então a gente futuramente vai tirar ela toda, vamos ter que fazer outras paradas na distribuição, mas como ainda não tem suporte para realizar esse serviço, tivemos que soldar a adutora”, detalhou, garantindo que o sistema deve funcionar por mais algum tempo sem apresentar complicações. (Nathália Viegas)