Correio de Carajás

Marabá: ação coletiva de veterinários beneficia cavalos da Polícia Militar

Fotos: Josseli Carvalho

Os animais da cavalaria da Polícia Militar (PM) em Marabá, receberam um tratamento especial esta semana. Pedro Calazans Luz, médico veterinário, realizou uma capacitação para 15 colegas de profissão – formados e acadêmicos de diversos estados –, em parceria com a corporação.

A formação é o retrato de um produtivo mosaico de experiências e conhecimentos. Ao aliar a teoria que os profissionais adquirem em sala de aula e prática obtida no contato direto com os cavalos, o curso transcende a mera aquisição de técnicas e habilidades.

A atividade, que Calazans define como socioambiental, é uma oportunidade de troca entre ele, os participantes e a PM. Um entrou com o conhecimento, outros com a força de trabalho e a vontade de aprender mais e, os militares, com o espaço físico e os animais.

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Os 15 participantes da ação puderam executar práticas como ferrageamento (técnica para colocar proteção no casco do animal), casqueamento (aparar os cascos para evitar doenças ou corrigir a pisada), tratamento odontológico, cirurgia e diagnóstico em gestação de éguas.

O ferrageamento é a técnica usada para colocar proteção no casco do animal

O CURSO

Durante dois dias, 13 animais da cavalaria foram beneficiados pelas ações de saúde de Pedro Calazans e seu grupo de alunos. O veterinário tem 14 anos de formação e a três realiza o treinamento.

Para a reportagem do Correio de Carajás ele explica, por exemplo, que o trabalho odontológico é importante para preservar a arcada dentária dos equinos.

“O dente do cavalo cresce durante a vida toda, conforme ele vai desgastando, ele vai saindo da arcada. Solto na natureza ele gasta em cima e embaixo”, explica.

No caso dos animais embaiados, a alimentação é baseada em sólidos como milho e ração, atividade que muda a mordida e mecânica da mastigação. “Aí começa a surgir as pontas de esmalte, que machuca a gengiva e ele deixa de comer”.

Já sobre o trabalho de podologia no animal, Calazans explica que é importante retirar a ferradura a cada 45 dias para casquear e, sem seguida, recoloca-la.

Ao colaborar para que os novos veterinários e acadêmicos desenvolvam na prática suas habilidades técnicas, Calazans contribui para que, no futuro, os animais tenham um atendimento de qualidade.

Os cavalos também receberam atendimento odontologico

DO ESPIRITO SANTO E DE PERNAMBUCO

“Estou no 5º período do curso de veterinária e vim até aqui para adquirir mais conhecimento, ver como é a realidade da prática”, relata Ricardo Rebelo. Ele saiu do Espirito Santo e veio para Marabá com um proposito: vivenciar na pratica a teoria da sala de aula.

Entusiasmado pela oportunidade, ele afirma que a divisão é 70/30, sendo a pratica a maior fatia. Ao mesmo tempo, o estudante reconhece que sem a teoria não é possível desempenhar o trabalho.

Vindo de Pernambuco, Luiz Braz Silva da Cunha já tem como fonte de renda dirigir vans, mas almeja um futuro melhor. O curso de veterinária é sua oportunidade de mudar de vida.

“Desde criança eu sonho em cursar medicina veterinária. Agora tenho a oportunidade de estudar e me aperfeiçoar”, compartilha ele com a reportagem do CORREIO.

O pernambucano explica que onde mora existem mais oportunidades relacionadas à reprodução animal e a capacitação de Calazans deu a oportunidade para que os alunos colocassem a “mão na massa”.

Ricardo e Luiz são o reflexo do sucesso da parceria entre o veterinário e a Polícia Militar. Um belo exemplo de como essas colaborações produzem frutos que são colhidos por todas as pontas do acordo. (Reportagem: Josseli Carvalho/Texto: Luciana Araújo)