O país tinha mais de 14 milhões de famílias em situação de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único em outubro de 2020, segundo último balanço divulgado pelo Ministério da Cidadania. Esse total de famílias equivale a 39,99 milhões de pessoas com renda per capita de até R$ 89 que vivem na miséria no Brasil.
O número de famílias em extrema pobreza no Brasil em outubro de 2020 – 14.058.673 – é o maior desde dezembro de 2014, quando eram 14.095.333. Além disso, houve um salto de 1.308.005 de famílias em condição de miséria desde o início do governo Jair Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e outubro de 2020 – veja no gráfico abaixo:
Já o número de famílias em situação de pobreza, com renda per capita de R$ 89,01 a R$ 178, ficou em 2.877.099 em outubro – maior número registrado desde agosto de 2019 (3.005.580) – veja no gráfico abaixo:
Leia mais:Naquele mês, 29.734.614 de famílias estavam inscritas no Cadastro Único. Desse total, 47% estavam em situação de extrema pobreza. Veja abaixo:
- Renda per capita de R$ 0,00 até R$ 89,00: 14.058.673 (47%)
- Renda per capita de R$ 89,01 até R$ 178,00: 2.877.099 (10%)
- Renda per capita de R$ 178,01 até 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.265.934 (21%)
- Renda per capita acima de 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 6.532.908 (22%)
Quando são analisados os números referentes às pessoas inscritas no Cadastro Único, do total de 77.463.767 em outubro, 52% estavam em situação de extrema pobreza. Veja abaixo:
- Renda per capita de R$ 0,00 até R$ 89,00: 39.990.357 (52%)
- Renda per capita de R$ 89,01 até R$ 178,00: 8.848.751 (11%)
- Renda per capita de R$ 178,01 até 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 17.793.063 (23%)
- Renda per capita acima de 1/2 salário mínimo (R$ 522,50): 10.831.596 (14%)
O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre os brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza e abrange as famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo por pessoa ou até 3 salários mínimos de renda mensal total.
Essas informações são utilizadas pelo governo federal, Estados e municípios para implementação de políticas públicas. Além disso, diversos programas e benefícios sociais do governo utilizam o Cadastro Único como base para seleção das famílias, em especial o Bolsa Família.
Fim do Auxílio Emergencial
De acordo com o Ministério da Cidadania, 95% das famílias do Bolsa Família migraram para o Auxílio Emergencial, pelo fato de o valor ser mais vantajoso para os beneficiários. De acordo com dados de novembro de 2020, 12,4 milhões de famílias, do total de 14,2 milhões cadastradas no Bolsa, estavam recebendo o Auxílio.
Os beneficiários do Bolsa Família receberam a última parcela do Auxílio Emergencial em 23 de dezembro. A partir de janeiro, esse público voltou a receber o Bolsa.
Essas famílias receberam no ano passado cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil e quatro de R$ 300 ou R$ 600. O valor médio pago pelo Bolsa Família gira em torno de R$ 190. Ou seja, milhares de beneficiários receberam por nove meses em 2020 valores acima do que pagaria o Bolsa Família. Com isso, a tendência é que aumente ainda mais o número de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país.
Segundo balanço da Caixa até o dia 28 de dezembro, o Auxílio Emergencial pagou R$ 291,8 bilhões a 67,9 milhões de beneficiários, incluindo os inscritos no CadÚnico e Bolsa Família e trabalhadores autônomos e desempregados. (Fonte:G1)