A necessidade de realizar uma cirurgia de histerectomia trouxe Maria Angelica Sousa Lima e seu filho Harlen Cicero Lima Silva a Marabá, onde possuem muitos parentes, o que facilitaria na logística e evitaria despesas. No entanto, uma sequência de acontecimentos levou ao desaparecimento do rapaz, que tinha 21 anos quando foi visto pela última vez por sua mãe. Essa história remonta a 2017, mas segue tendo novos capítulos em uma história que tem comovido as pessoas.
Maria Angelica conta que residia em Altamira, quando conheceu o pai de Harlen e engravidou, mas a relação era conturbada. “Ele me fazia muita raiva, e por conta disso eu desenvolvi ansiedade, fico desesperada e nervosa do nada. Acredito que isso tenha influenciado no meu filho, pois ele sempre cresceu meio revoltado e depressivo”, conta a mulher.
A realidade da família acabou instalando uma rebeldia em Harlen, que era muito trabalhador, conforme relata Maria Angélica. “Em Altamira, ele serviu o exército, chegou a ficar até nervoso no dia de se alistar, esqueceu o CPF, depois ele trabalhou na barragem da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Mas, quando viemos para Marabá, ele já estava mudando o comportamento”, disse a mãe, abaixando a cabeça reflexiva.
Leia mais:Em Marabá, Maria conta que Harlen passou a ser usuário de drogas. “Houve um dia que ele chegou tarde da rua, e eu percebi que estava diferente, cheirava estranho. Olhei na mochila dele e encontrei uma espécie de isqueiro estranho, parecia mais um cachimbo. Foi quando meu esposo falou ‘ele tá fumando crack’”, relembra Angelica.
A mãe do rapaz tentou interna-lo em um centro de reabilitação, porém, isso o revoltou mais ainda. Com o tempo, ele foi ficando violento, chegando até a arranhá-la no braço, enquanto isso, a mulher se atribulava com a sua cirurgia e demais exames que precisavam ser feitos.
Um dia, ela foi ao Hospital Municipal de Marabá (HMM) para realizar um dos exames para a cirurgia, acompanhada de Harlen. O rapaz então, pediu algumas moedas para comprar pães e levar até a casa de um tio, que reside próximo ao Hospital, e essa foi a última vez que Maria o viu, no dia 19 de julho de 2017. “Até cheguei a perguntar ao tio dele, se havia aparecido por lá, mas ele disse que Harlen nunca chegou a aparecer na casa”, choraminga Maria.
Desde então, ela procura pelo filho desaparecido, tendo, inclusive, ido até a Parauapebas em 2018, seguindo uma pista que dava conta do paradeiro de Harlen naquela região. “Fui até uma emissora local, gravei entrevista pedindo para as pessoas entrarem em contato comigo caso o vissem, mas não tive sucesso”, diz Maria.
Por último, ela compareceu ao Insituto Médico Legal (IML), quando ficou sabendo através de portais de notícias locais do homicídio de um rapaz muito parecido com Harlen, porém, foi informada que não se tratava de seu filho. “Me senti aliviada, e eu tenho esperanças de que ele ainda está vivo, por aí, talvez passando fome, precisando de uma cama. Eu só quero encontrar meu filho de novo”, finaliza Maria, chorando. Qualquer informação de Harlen pode ser repassada para Maria Angelica através do telefone (94) 99667-7858. (Zeus Bandeira)